De Que Tipo É Você?
Augusto de Lima escreveu em " Nostalgia Panteísta o seguinte:"Um dia,interrogando o níveo seio,De uma concha voltada contra o ouvido,Um longínquo rumor,como um gemido,,Ouvi plangente e de saudades cheio.Esse rumor tristíssimo,escutei-o:É a música das ondas,é o bramido,Que ela guarda por tempo indefinido,Das solidões marinhas de onde veio. Homem,concha exilada,igual lamento.Em ti mesmo ouvirás,se ouvido atento,,Aos recessos do espírito volveres.É de saudade,esse lamento humano,De uma vida anterior,pátrio oceano,Da unidade concêntrica dos seres."
Viver por viver é apenas uma forma negativa de existir.Apenas perpetuar-se,ao sabor dos anos,é um grande desperdício de energia.Daí a importância da aspiração.A aspiração pode ser compreendida em degraus:no mais baixo temos o viver para atender apenas às funções do corpo,em outras palavras,viver apenas para respirar,beber,comer e satisfazer outros apetites puramente corporais ,como o sexo.Viver assim é levar vida instintiva,que não diferencia os homens dos animais.No segundo degrau temos o viver para a edificação de algum propósito egoísta.Aqui se encaixam todas as realizações do homem,por maiores que sejam,mas que beneficiam mais os seus autores do que outrem.No terceiro e mais elevado degrau há o viver para o aperfeiçoamento do que temos de mais nobre em nós,e colocá-lo a serviço das pessoas,melhorando o planeta.Podemos chamar esses modos de vida de Tipo 1,Tipo 2 e Tipo 3
Grande parte das pessoas no globo,talvez a maioria absoluta,pertence ao Tipo 1.Mais rastejam do que vivem.Comem,bebem,fazem sexo,trabalham etc.sem saber por que o fazem.Vivem no automático.Outra parte encontra-se no Tipo 2,ou seja, está voltada apenas para si mesma.Tudo o que faz,por mais grandioso,resulta quase exclusivamente em benefício próprio.E uma rara minoria pertence ao Tipo 3.São as pessoas que,historicamente fizeram a humanidade avançar verdadeiramente em todos os ramos.
A maioria de nós utiliza o resultado do conhecimento das pessoas do Tipo 3.Por exemplo,usamos passivamente a luz elétrica como se fosse algo absolutamente natural.Mas se o fazemos é porque existiram homens que sacrificaram a saúde,muitas vezes a vida,para descobrir os princípios que permitiram surgir a lâmpada elétrica.Diz-se que Thomas Edison fracassou quase 1000 vezes nos experimentos com a primeira lâmpada antes se ser bem sucedido...
Nossa educação ainda está voltada para a produção de pessoas do Tipo 2.É uma educação egoísta.O objetivo é habilitar tecnicamente as pessoas a fim de que elas exerçam bem uma profissão qualquer,não porque essa profissão irá beneficiar a sociedade,mas porque vai permitir,se tudo correr bem,o sucesso pessoal.É isso que explica porque temos tantas pessoas instruídas e sem caráter.
O panorama atual do mundo é a dominação das pessoas do Tipo 1 pelas pessoas do Tipo 2.Interessa às pessoas do Tipo 2 que as pessoas do Tipo 1 permaneçam enm seu estágio elementar de vida.Mas se o mundo ainda não desapareceu e nós ainda não nos explodimos,foi porque pessoas do Tipo 3 interferiram,de uma forma ou de outra,nos mais diferentes campos,influenciando beneficamentevárias áreas da vida humana.
Você leitor,pode escolher a qualquer momento que tipo de pessoa quer ser:1, 2 ou 3,tudo vai depender de decisão pessoal.Você pode viver ou "ser vivido" pela vida .Não basta beneficiar falsamente a sociedade,quando o benefício, qualquer que seja,existe para a glorificação da ambição pessoal,do ego.Muitos políticos são célebres nisso.Ajudam,desde que a ajuda seja divulgada e reverta em dividendos eleitoreiros.
Já pessoas do Tipo 3 escolhem,com Augusto de Lima,volver ao pátrio oceano da consciência amplificada,para a essência radical do Ser,e colocar essa herança no serviço impessoal,muitas vezes anônimo e não reconhecido em vida,da humanidade.
Como gosto de divulgar em detalhes tudo o que publico, não sei se isso é defeito ou qualidade, mas ler por ler de nada adianta. Gosto de saber coisas do autor, de sua vida, escritos e ...
Fui saber quem é Augusto Lima e descobri coisas lindas escritas por esse Poeta Brasileiro.
Vejam a poesia na íntegra e mais um Site que exibe CARTÕES POSTAIS ANTIGOS DE VÁRIOS ESCRITORES, muito lindo e com cartões de rara beleza.
AUGUSTO DE LIMA
(1860-1934)
(1860-1934)
Antônio Augusto de Lima (Nova Lima, então Congonhas de Sabará, 5 de abril de 1859 — Rio de Janeiro, 22 de abril de 1934) foi um jornalista, poeta, magistrado, jurista, professor e político brasileiro. Governador de Minas Gerais (1891), decidiu a mudança da capital do estado de Ouro Preto para Belo Horizonte. Membro da Academia Brasileira de Letras.
“Depois de uma ou várias fases do parnasianismo “ortodoxo” e poesia científica, o poeta mineiro chegou a representar uma variante raríssima entre as expressões do grupo: a religiosa” Otto Maria Carpeaux
Textos extraídos da obra organizada por Assis Brasil “A Poesia Mineira do Século XX- Antologia” (Rio de Janeiro: Imago, 1998), cedida por Aricy Curvello para a Biblioteca Nacional de Brasília, e alguns sonetos escolhidos de seus livros existentes em bibliotecas virtuais.
Veja também um cartão postal antigo com poema de autor:: - e também vários outros autores -http://www.antoniomiranda.com.br/Brasilsempre/augusto_de_lima.html
“Depois de uma ou várias fases do parnasianismo “ortodoxo” e poesia científica, o poeta mineiro chegou a representar uma variante raríssima entre as expressões do grupo: a religiosa” Otto Maria Carpeaux
Textos extraídos da obra organizada por Assis Brasil “A Poesia Mineira do Século XX- Antologia” (Rio de Janeiro: Imago, 1998), cedida por Aricy Curvello para a Biblioteca Nacional de Brasília, e alguns sonetos escolhidos de seus livros existentes em bibliotecas virtuais.
Veja também um cartão postal antigo com poema de autor:: - e também vários outros autores -http://www.antoniomiranda.com.br/Brasilsempre/augusto_de_lima.html
NOSTALGIA PANTEÍSTA
Um dia interrogando o níveo seio
De uma concha voltada contra o ouvido,
Um longínquo rumor, como um gemido
Ouvi plangente e de saudades cheio.
Esse rumor tristíssimo escutei-o;
É a música das ondas, é o bramido
Que ele guarda por tempo indefinido
Das solidões marinhas donde veio.
Homem, concha exilada, igual lamento
Em ti mesmo ouvirás, se ouvido atento
Aos recessos do espírito volveres.
É de saudade esse lamento humano,
De uma vida anterior, pátrio oceano
Da unidade concêntrica dos seres.
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"Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária
Para aceitar as coisas que não podemos modificar,
Coragem para modificar aquelas que podemos,
E sabedoria para distinguir umas das outras".