Conto de
Natal/excerto, in " Abraço", 2011/Editora
Quetzal
A televisão estava
sempre ligada,, era sempre Dezembro. O aquecedor a gás punha-nos as orelhas
vermelhas, os chinelos não faziam barulho na alcatifa. A lâmpada do candeeiro da
sala dava luz amarela. Em pijama, sentávamo-nos ou estendiamo-nos no sofá.
Então, havia alguma coisa que um de nós dizia e que o outro não entendia, também
podia acontecer que estivesse indisposto ou contrariado. Em qualquer dos casos,
respondia com maus modos.
(..............).
Ainda no sofá da
sala, ainda Dezembro, mais tarde, haveríamos de discutir essa resposta, as
diferentes formas de dizê-la : um acabaria por repeti-la num tom casual e o
outro num tom agressivo, cada um a garantir que estava certo, que tinha sido
assim. Mas isso seria mais tarde. No momento em que a resposta era dada, aquele
que a ouvia sentia-se ofendido e devolvia os maus modos. Então, o outro parava o
que estava a fazer, recebia a ofensa de volta, sentia a mesma injustiça e só
muito raramente respirava antes de responder de novo.
(..............).
A partir de meia hora
de discussão, mais ou menos, começavamos a culpar-nos um ao outro. Tu
queixasvas-te daquilo que eu tinha dito e eu queixava-me daquilo que tu tinhas
dito. Tu só dizias "tu" e eu só dizia "tu". Tu exigias que eu admitisse que te
tinha falado com maus modos e eu exigia que tu admitisses a mesma coisa. Tu
ficavas presa à ofensa que sentias e ignoravas a minha, eu ficava preso à ofensa
que sentia e ignorava a tua. A marcar um ritmo, a árvore de Natal, de plástico,
tinha luzes que piscavam.
(.............).
O momento exacto em
que um de nós começava a culpar o outro das palavras que ele próprio tinha dito,
e da forma como as tinha dito, era variável. Chegaria mais cedo ou mais tarde.
Lembro-me desse momento também. Acreditávamos nele. Se parávamos um pouco, só as
vozes da televisão, só as cores intermitentes da árvore de Natal, ouvíamos
dentro de nós aquilo aquilo que não éramos capazes de dizer. Mais tarde,
chamaríamos "orgulho"a essa incapacidade. Podíamos, então, lembrar-nos de outras
discussões, sobre outros assuntos, e retomá-las. Cada um desses assuntos era de
dimensão indefinida, propagava-se por inúmeras casas decimais, que éramos
capazes de recitar durante horas. E, no entanto, todos eles se esmigalharam no
passado, dissolveram-se, misturaram-se com zero.
" Queixas, culpa e
comparação são os principais destruidores da nossa paz. Em vez de se queixar,
compartilhe e dialogue, não discuta. Em vez de procurar alguém para culpar,
assuma a responsabilidade de melhorar a situação." Pense nisto!
Beijos meus cheios de,
luz, paz, amor fé e esperança!
Olá, querida
ResponderExcluir" Das alturas orvalhem os céus,
E as nuvens que chovam justiça,
Que a terra se abra ao amor
E germine o Deus Salvador"...
Fico tão sem palavra para agradecer o carinho imensurável com que me cumula ao longo do ano que só posso lhe dizer que te amo fraternalmente...
Seja muito abençoada e feliz, amiga!!!
Bjm de paz e FELIZ NATAL... apesar de qualquer vestígio de dor em seu coraçãozinho....
"Quando eu estiver contigo no fim do dia, poderás ver as minhas cicatrizes,
e então saberás que eu me feri e também me curei."
(Tagore)
Querida e linda amiga,pessoas especiais como você trazem magia nas palavras, paz e amor no coração.Parabéns pelos belos textos que tens postado e obrigada pelos momentos enriquecedores que tenho passado aqui.Deixei minha mensagem de Natal no meu Blog e que traduz os meus desejos e carinho para vocês todos que me visitam.
ResponderExcluirLindo Natal! Sejas feliz! Bjs Eloah