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quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

"Esperar...sempre espero!"





Depois da tempestade que caio em minha cidade Campinas SP na noite de ontem, o dia amanheceu lindamente, com um céu azul e sem núvem alguma. E em meu coração pulsa forte muito forte a saudade. Vontade voltar o tempo , corrigir erros e erros cometidos. Vontade saber onde errei tanto. Vontade de abraçar fortemente aqueles que abandonaram. Vontade de ver aqueles que amei e amo. Vontade de chorar novamente no colo de meu pai. Vontade de sentir o cheirinho gostoso de água de rosas de minha avó materna. Vontade de cozinhar para os filhos e vê-los sentados à mesa, num burburinho sem fim. Vontade de lavar as roupas das crianças e vê-las estendidas ao sol sob o varal do quintal. Vontade de fazer bagunça com a continuidade de minha família, rolar ao chão com ele, abraçá-lo e beijá-lo, sentir sua respiração e ouvir sua delicada voz e ver seus olhos em meus olhos...
A saudade aperta o peito, doí na alma. É cruel demais dedicar uma vida a muitos e depois de passar os anos vir a saber que tudo e em tudo que me dediquei só fiz foram erros e mais erros.
O que me resta é deixar as lágrimas fluir do meu ser e Esperar, esperar e não perder a Esperança de poder viver novamente, por isso espero o tempo do Senhor para minha vida , afinal a vida é feita de tropeços, de sofrimentos para poder aprender, para poder se levantar, e a minha vida sempre foi pautada nessas condições. E o que mais fiz ao longo dos meus dias já vividos foi esperar e em tudo dou graças...

Espera!


Quem há no mundo que aflições não passe,
Que dores são suporte?
Mais ou menos d'angústias cabe a todos,
A todos cabe a morte.


A vida é um fio negro d'amarguras
E de longo sofrer;
Semelha a noite; mas fagueiros sonhos
Podem de noite haver.


Por que então maldiremos este mundo
E a vida que vivemos,
Se nos tornamos do Senhor mais dignos,
Quando mais dor sofremos?


Quantos cabelos temos, ele o sabe;
Ele pode contar
As folhas que há no bosque, os grãos d'areia
Que sustentam o mar.


Como pois não será ele conosco
No dia da aflição?
Como não há de computar as dores
Do nosso coração?


Como há de ver-nos, sem piedade, o rosto
Coberto d'amargura;
Ele, senhor e pai, conforto e guia
Da humana criatura?


Se o vento sopra, se se move a terra,
Se iroso o mar flutua;
Se o sol rutila, se as estrelas brilham,
Se gira a branca lua;


Deus o quis, Deus que mede a intensidade
Da dor e da alegria,
Que cada ser comporta — num momento
D'arroubo ou d'agonia!


Embora pois a nossa vida corra
Alheia da ventura!
Além da terra há céus, e Deus protege
A toda criatura!


Viajor perdido na floresta à noite,
Assim vago na vida;
Mas sinto a voz que me dirige os passos
E a luz que me convida.



Gonçalves Dias



4 comentários:

  1. A saudade é um sentimento que às vezes nos deixa um pouco melancólicos sim, mas, olhar para o hoje e preparar o amanhã é o que nos resta. E fazendo isso com a graça de Deus é o mais importante. Beijos.

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  2. Rô, minha querida amiga, fico tão condoída de vê-la assim soluçando nos suspiros e na impotência. É; a impotência nos oprime mais que qualquer coisa, até a saudade é suportável perto do sentimento de impotência, pois vislumbrando como você deve ser, uma pessoa que a tudo resolve e não poder solucionar o que está acontecendo é mais massificante que a saudade, non é vero??? Pois bem, volto a falar: espera quieta, no silêncio. Tenho certeza que vc terá ainda uma bela surpresa. Bjbjbj!

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  3. Olá, querida Rô
    "Vontade de chorar novamente no colo de meu pai. Vontade de sentir o cheirinho gostoso de água de rosas de minha avó materna."
    Essas linhas me fazem lacrimejar... parecem escritas por mim... Santo Deus!!!
    Tenho uma proposta em meu post de hoje pra VC...
    Entra na roda com a gente!!!
    Bjs de paz

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  4. Tudo passa e seus filhos logo estarão de volta pra te rever.
    Eu adoro ter saudade do papai, mas sei que ele não voltará porque está no céu..
    Escreva para seus filhos. Hoje a carta esta em desuso mas é gratificante recebe-las.
    com carinho MOnica

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"Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária
Para aceitar as coisas que não podemos modificar,
Coragem para modificar aquelas que podemos,
E sabedoria para distinguir umas das outras".

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