Fernando Pessoa
EROS E PSIQUE
... E assim vedes, meu Irmão, que as verdades que vos foram dadas no Grau de Neófito, e aquelas que vos foram dadas no Grau de Adepto Menor, são, ainda que opostas, a mesma verdade.
Do ritual do grau de Mestre do Átrio na Ordem Templária de Portugal
Conta a lenda que dormia
Uma Princesa encantada
A quem só despertaria
Um Infante, que viria
De além do muro da estrada
Ele tinha que, tentado,
Vencer o mal e o bem,
Antes que, já libertado,
Deixasse o caminho errado
Por o que à Princesa vem.
A Princesa Adormecida,
Se espera, dormindo espera.
Sonha em morte a sua vida,
E orna-lhe a fronte esquecida,
Verde, uma grinalda de hera.
Longe o Infante, esforçado,
Sem saber que intuito tem,
Rompe o caminho fadado.
Ele dela é ignorado.
Ela para ele é ninguém.
Mas cada um cumpre o Destino
Ela dormindo encantada,
Ele buscando-a sem tino
Pelo processo divino
Que faz existir a estrada.
E, se bem que seja obscuro
Tudo pela estrada fora,
E falso, ele vem seguro,
E, vencendo estrada e muro,
Chega onde em sono ela mora.
E, inda tonto do que houvera,
À cabeça, em maresia,
Ergue a mão, e encontra hera,
E vê que ele mesmo era
A Princesa que dormia.
Beijos meus cheios de luz, paz, amor, fé e esperança!
Oi, Rosane!
ResponderExcluirQue delícia te ver lá no "Luz"!
Fernando Pessoa surgiu como a voz de um país marginal e subterrâneo, dirigindo-se ao único espaço onde se podia falar francamente: o da intimidade da consciência. Mesmo assim, a sua é uma consciência conturbada, aprisionada, obscura, em que o sonhado é confundido com o visto e o pensado com o vivido. E nós gostamos de todos os seus poemas, sempre muito atuais!!
Beijus,
Olá , bom dia.
ResponderExcluirSou do siga-me , estou lhe seguindo.
Venha conhecer meu blog.
abraços e uma linda semana
http://zeteartes.blogspot.com.br/