Eu estou com aquele que me habita
é claro que me acompanha
por isso o meu desenho resplandece
por isso me vês por outra figura
sanguínea e vital.
poema de José Maria de Aguiar Carreiro
in Chuva de Época, Ponta Delgada, 2005.
VIVO SEM VIVER EM MIM
Vivo sem viver em mim,
E tão alta vida espero,
Que morro porque não morro.
Vivo já fora de mim,
Desde que morro d’Amor
Porque vivo no Senhor
Que me escolheu para Si;
Quando o coração Lhe dei
Com terno amor lhe gravei:
Que morro porque não morro.
Esta divina prisão
Do grande amor em que vivo,
e livre o meu coração;
E causa em mim tal paixão
Ser eu de Deus a prisão,
Que morro porque não morro.
Ai que longa é esta vida!
Que duros estes desterros!
Este cárcere, estes ferros
Onde a alma está metida.
Só de esperar a saída
Me causa dor tão sentida,
Que morro porque não morro.
Ai, que vida tão amarga
Por não gozar o Senhor!
Pois sendo doce o amor,
Não o é, a espera larga;
Tira-me, ó Deus, este fardo
Tão pesado e tão amargo,
Que morro porque não morro.
Só com esta confiança
Vivo porque hei-de morrer.
Porque morrendo, o viver
Me assegura a esperança;
Morte do viver s’alcança;
Vem depressa em meu socorro,
Que morro porque não morro.
Olha que o amor é forte;
Vida, não sejas molesta,
Olha que apenas te resta
Para ganhar-te o perder-te;
Vem depressa doce morte
Acolhe-me em teu socorro
Que morro porque não morro.
Do Alto, aquela vida
Que é a vida prometida,
Até que seja perdida
Não se tem, estando viva;
Morte não sejas esquiva;
Vem depressa em meu socorro,
Que morro porque não morro.
Vida, que posso eu dar
A meu Deus que vive em mim
Se não é perdeste enfim
Para melhor O gozar?
Morrendo O quero alcançar,
Pois nele está meu socorro
Que morro porque não morro.
Teresa não se sentia poeta, nem achava que escrevia com o intelecto ou, para usar a palavra que ela usa, com o “entendimento” . Ela percebia que escrevia com o sentimento, com a alma e com o corpo. Sobre isto se costuma citar o texto de Teresa no qual ela diz que conhece uma pessoa que não sendo poeta, podia escrever versos (coplas) com muito sentimento e expressar bem seu penar. É claro que essa pessoa é ela, Teresa (Conferir: Libro de La Vida, 16,3) [15]. Sua inspiração poética vinha do amor que Teresa sentia por Deus. Era embriaguez e êxtases. Transe e ímpeto. Ela tinha um dom natural para a poesia, ou melhor dito, para o poético
Por isso na sua poesia não mostra muita preocupação com aspetos formais ou acadêmicos. Isto vale também para a prosa. Seus textos são espontâneos, singelos, simples.
UM POUCO SOBRE A VIDA DE SANTA TERESA
Este cárcere, estes ferros
Onde a alma está metida.
Só de esperar a saída
Me causa dor tão sentida,
Que morro porque não morro.
Ai, que vida tão amarga
Por não gozar o Senhor!
Pois sendo doce o amor,
Não o é, a espera larga;
Tira-me, ó Deus, este fardo
Tão pesado e tão amargo,
Que morro porque não morro.
Só com esta confiança
Vivo porque hei-de morrer.
Porque morrendo, o viver
Me assegura a esperança;
Morte do viver s’alcança;
Vem depressa em meu socorro,
Que morro porque não morro.
Olha que o amor é forte;
Vida, não sejas molesta,
Olha que apenas te resta
Para ganhar-te o perder-te;
Vem depressa doce morte
Acolhe-me em teu socorro
Que morro porque não morro.
Do Alto, aquela vida
Que é a vida prometida,
Até que seja perdida
Não se tem, estando viva;
Morte não sejas esquiva;
Vem depressa em meu socorro,
Que morro porque não morro.
Vida, que posso eu dar
A meu Deus que vive em mim
Se não é perdeste enfim
Para melhor O gozar?
Morrendo O quero alcançar,
Pois nele está meu socorro
Que morro porque não morro.
Teresa não se sentia poeta, nem achava que escrevia com o intelecto ou, para usar a palavra que ela usa, com o “entendimento” . Ela percebia que escrevia com o sentimento, com a alma e com o corpo. Sobre isto se costuma citar o texto de Teresa no qual ela diz que conhece uma pessoa que não sendo poeta, podia escrever versos (coplas) com muito sentimento e expressar bem seu penar. É claro que essa pessoa é ela, Teresa (Conferir: Libro de La Vida, 16,3) [15]. Sua inspiração poética vinha do amor que Teresa sentia por Deus. Era embriaguez e êxtases. Transe e ímpeto. Ela tinha um dom natural para a poesia, ou melhor dito, para o poético
Por isso na sua poesia não mostra muita preocupação com aspetos formais ou acadêmicos. Isto vale também para a prosa. Seus textos são espontâneos, singelos, simples.
UM POUCO SOBRE A VIDA DE SANTA TERESA
SANTA TEREZA D'ÁVILA
1515-1582
"Nada te turbe
Nada te turbe,
nada te espante,
pois tudo passa,
Só Deus não muda,
Tudo a paciência
por fim alcança.
Quem a Deus tenha,
nada lhe falta:
Só Deus basta."
Teresa nasceu na cidade espanhola de Ávila em 28 de março de 1515. Estudou no convento das agostinhas e com 19 anos entro na ordem do Carmelo da Antiga Observação no convento da Encarnação de Ávila.
De criança manifestou uma grande facilidade para escrever e para a leitura, assim lia várias horas por dia. Por volta dos 12 anos começou a ler livros de cabalaria, que era considerado, na época, um costume não apropriado para uma moça, porém foram em vão os esforços para afasta-la de suas leitura.
Em 1528 morre sua mãe, o que trouxe-lhe uma profunda tristeza sobre sua vida, ao ponto que, quando compreendeu o que tinha perdido, suplicou à Virgem que ela morresse ao invés de sua mãe.
Esta também foi a época do amor e do namoro e de cultivar —como ela mesma afirma - seus encantos femininos. Gostava de se arrumar —ficava muito tempo nisso - e sair com seus primos. Os pais não gostavam desta situação. Porém Teresa sempre conseguia burlar a vigilância, com ajuda das empregadas e uma prima. Gostava de um primo e com ele teve um namoro: cada vez que seus pais a repreendiam ela afirmava que era com intenção de casar.
Com a mãe morta, e tendo su irmã (que tomava conta dela) se casado, seu pai a leva para um convento.
Rapidamente Teresa fica doente no convento. No "Livro da Vida" descreve com detalhes os longos anos de doença. Uma vez foi dada por morta e velada como tal. Até colocaram cera em seus olhos, de acordo com as costumes funerários da época. Porém, graças a seu pai que não deixou que a sepultassem porque queria estar mais um tempo com o corpo de sua filha, ela continuo vivendo, apesar de seu estado de morte que durou quatro dias. Durante este período todos pensaram que ela estava morta. Até abriram uma sepultura no convento e a envolveram com vestes fúnebres. Quando acordou ficou delirando e por quatro anos não conseguiu caminhar bem. Teresa estava com vinte e quatro anos.
Em 1555 Teresa teve o que tem sido chamado por seus biógrafos de profundo acordar. Um ano depois Teresa tem seu desposorio místico com Deus. Este momento tem sido chamado de sua segunda conversão. A partir desse momento ela pode ser muito mais humana. Era o dia de Pentecostes de 1556.
Em setembro de 1560 funda com um grupo de freiras, um monastério de tipo eremita. Os anos 1562 a 1567, são anos de paz para Teresa. Pode-se dedicar com certo sossego a seu trabalho de escrever: conclui o Livro da Vida, e escreve uma de suas obras mais famosa, Caminhos da Perfeição. É neste período que ela escreve as Meditações sobre Cantares,
Em 1567 recebe uma autorização para continuar fundando novos conventos. Seguem-se anos de trabalho, escrevendo e fundando conventos. E em 18 de novembro de 1572 — quando tinha 57 anos — novamente se casa com Deus, em matrimonio espiritual. Quem lhe dá a comunhão é seu amigo Frei Juan de La Cruz.
Surgem problemas com os membros da hierarquia eclesial e de sua ordem. Porém, nada disto impede seu trabalho de escritora. Assim, em 1574 começou a escrever o livro "Fundações". Neste mesmo ano encontra o Padre Gracian — com quem também manterá uma longa amizade, com várias viagens e múltiplos encontros. O padre Gracian era trinta anos mais novo que ela.
Neste ano também fica doente. A febre é alta. Continua trabalhando, fundado conventos e lidando com os múltiplos problemas da ordem. Como se tudo isto fosse pouco ainda lhe aguardava uma nova preocupação: é acusada ante a Inquisição. Vem então os interrogatórios e investigações por parte dos inquisidores. Ela se retira a um convento: é seu cárcere. O padre Gracian é destituído de seu labor de visitador. E ainda tem um acidente no qual se quebra o braço. É desta época sua frase: sinto raiva conta mim mesma.
Novamente seguem-se anos de trabalho e doença. Em 1979 volta a visitar os conventos. Volta a ficar doente: esta vez de muita gravidade. Porém se recupera e volta a caminhar. Em Valladolid volta a adoecer. Agora não se recupera tão fácil. É necessário leva-la a Granada. Frei Juan se oferece para leva-la, porém quem a leva é o Padre Gracian. A doença piora. Desmaia com freqüência. A viajem é dura e difícil, faltam muitas coisas. A superiora de Medina, brava com ela, não lhe quis dar provisões para a viagem. Sua enfermeira só tem figos secos para lhe dar de comer.
Chega a Granada grave. Quase não consegue caminhar. Passa muito tempo deitada. Esta situação dura por oito dias. Em 29 de setembro deitou-se por volta das seis da tarde. Por dois dias segue muito doente. O dia primeiro de outubro recebe a comunhão, e se deita com ajuda dos outros. Nunca mais se levantará. Recebe a extrema-unção. Fica sempre com um crucifixo entre os braços: o abraçando. O dia quatro ficou nessa posição o dia todo, orando com o rosto sereno. Às nove da noite morria nos braços de Ana de São Bartolomé. Era o quatro de outubro de 1582. Hoje, pela correção do calendário, 15 de outubro.
No dia 24 de abril de 1614, Paulo V a proclama beata. Em 16 de novembro de 1617 as Cortes espanholas a declaram patrona de Espanha, Urbano VIII ratificou isto em 1627, embora o tenha anulado em favor de Santiago. Em 12 de março de 1622 Gregório XV a canoniza, junto com Isidro, Ignácio, Francisco Javier e Felipe Neri. Em 18 de setembro de 1965 Paulo VI a declara patrona dos escritores católicos de Espanha, até que em 27 de setembro de 1970, o mesmo Papa, a proclama Doutora da Igreja Católica, sendo a primeira mulher a receber esse título.
FONTE AQUI
De criança manifestou uma grande facilidade para escrever e para a leitura, assim lia várias horas por dia. Por volta dos 12 anos começou a ler livros de cabalaria, que era considerado, na época, um costume não apropriado para uma moça, porém foram em vão os esforços para afasta-la de suas leitura.
Em 1528 morre sua mãe, o que trouxe-lhe uma profunda tristeza sobre sua vida, ao ponto que, quando compreendeu o que tinha perdido, suplicou à Virgem que ela morresse ao invés de sua mãe.
Esta também foi a época do amor e do namoro e de cultivar —como ela mesma afirma - seus encantos femininos. Gostava de se arrumar —ficava muito tempo nisso - e sair com seus primos. Os pais não gostavam desta situação. Porém Teresa sempre conseguia burlar a vigilância, com ajuda das empregadas e uma prima. Gostava de um primo e com ele teve um namoro: cada vez que seus pais a repreendiam ela afirmava que era com intenção de casar.
Com a mãe morta, e tendo su irmã (que tomava conta dela) se casado, seu pai a leva para um convento.
Rapidamente Teresa fica doente no convento. No "Livro da Vida" descreve com detalhes os longos anos de doença. Uma vez foi dada por morta e velada como tal. Até colocaram cera em seus olhos, de acordo com as costumes funerários da época. Porém, graças a seu pai que não deixou que a sepultassem porque queria estar mais um tempo com o corpo de sua filha, ela continuo vivendo, apesar de seu estado de morte que durou quatro dias. Durante este período todos pensaram que ela estava morta. Até abriram uma sepultura no convento e a envolveram com vestes fúnebres. Quando acordou ficou delirando e por quatro anos não conseguiu caminhar bem. Teresa estava com vinte e quatro anos.
Em 1555 Teresa teve o que tem sido chamado por seus biógrafos de profundo acordar. Um ano depois Teresa tem seu desposorio místico com Deus. Este momento tem sido chamado de sua segunda conversão. A partir desse momento ela pode ser muito mais humana. Era o dia de Pentecostes de 1556.
Em setembro de 1560 funda com um grupo de freiras, um monastério de tipo eremita. Os anos 1562 a 1567, são anos de paz para Teresa. Pode-se dedicar com certo sossego a seu trabalho de escrever: conclui o Livro da Vida, e escreve uma de suas obras mais famosa, Caminhos da Perfeição. É neste período que ela escreve as Meditações sobre Cantares,
Em 1567 recebe uma autorização para continuar fundando novos conventos. Seguem-se anos de trabalho, escrevendo e fundando conventos. E em 18 de novembro de 1572 — quando tinha 57 anos — novamente se casa com Deus, em matrimonio espiritual. Quem lhe dá a comunhão é seu amigo Frei Juan de La Cruz.
Surgem problemas com os membros da hierarquia eclesial e de sua ordem. Porém, nada disto impede seu trabalho de escritora. Assim, em 1574 começou a escrever o livro "Fundações". Neste mesmo ano encontra o Padre Gracian — com quem também manterá uma longa amizade, com várias viagens e múltiplos encontros. O padre Gracian era trinta anos mais novo que ela.
Neste ano também fica doente. A febre é alta. Continua trabalhando, fundado conventos e lidando com os múltiplos problemas da ordem. Como se tudo isto fosse pouco ainda lhe aguardava uma nova preocupação: é acusada ante a Inquisição. Vem então os interrogatórios e investigações por parte dos inquisidores. Ela se retira a um convento: é seu cárcere. O padre Gracian é destituído de seu labor de visitador. E ainda tem um acidente no qual se quebra o braço. É desta época sua frase: sinto raiva conta mim mesma.
Novamente seguem-se anos de trabalho e doença. Em 1979 volta a visitar os conventos. Volta a ficar doente: esta vez de muita gravidade. Porém se recupera e volta a caminhar. Em Valladolid volta a adoecer. Agora não se recupera tão fácil. É necessário leva-la a Granada. Frei Juan se oferece para leva-la, porém quem a leva é o Padre Gracian. A doença piora. Desmaia com freqüência. A viajem é dura e difícil, faltam muitas coisas. A superiora de Medina, brava com ela, não lhe quis dar provisões para a viagem. Sua enfermeira só tem figos secos para lhe dar de comer.
Chega a Granada grave. Quase não consegue caminhar. Passa muito tempo deitada. Esta situação dura por oito dias. Em 29 de setembro deitou-se por volta das seis da tarde. Por dois dias segue muito doente. O dia primeiro de outubro recebe a comunhão, e se deita com ajuda dos outros. Nunca mais se levantará. Recebe a extrema-unção. Fica sempre com um crucifixo entre os braços: o abraçando. O dia quatro ficou nessa posição o dia todo, orando com o rosto sereno. Às nove da noite morria nos braços de Ana de São Bartolomé. Era o quatro de outubro de 1582. Hoje, pela correção do calendário, 15 de outubro.
No dia 24 de abril de 1614, Paulo V a proclama beata. Em 16 de novembro de 1617 as Cortes espanholas a declaram patrona de Espanha, Urbano VIII ratificou isto em 1627, embora o tenha anulado em favor de Santiago. Em 12 de março de 1622 Gregório XV a canoniza, junto com Isidro, Ignácio, Francisco Javier e Felipe Neri. Em 18 de setembro de 1965 Paulo VI a declara patrona dos escritores católicos de Espanha, até que em 27 de setembro de 1970, o mesmo Papa, a proclama Doutora da Igreja Católica, sendo a primeira mulher a receber esse título.
FONTE AQUI
Adorei, vovó!!!!
ResponderExcluirLindo voinha!!!!
ResponderExcluir"Vivo sem viver em mim,
E tão alta vida espero,
Que morro porque não morro."
Adorei, vó!!
Beijos