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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

"Dra. Zilda Arns Neumann, um ícone de SOLIDARIEDADE"

.


Ser Solidário, é acima de tudo, respeitar, incondicionalmente tudo o que nos rodeia...
Ser Solidário, é sentir a necessidade ínfima de partilhar...
Ser Solidário, é perceber que as diferenças só existem porque é mais fácil criar distâncias do que gerir dificuldades...
Ser Solidário, é sentir que é possível mudar, o que está errado E que para isso basta acreditar...
Ser Solidário, é querer ir mais além, é ser mais alto interiormente, é ser maior de coração...
Ser Solidário, é perceber que a alegr
ia de dar é indiscutivelmente superior à de receber...
Ser Solidário, é estender a mão, sem olhar à cor, ao sexo, ao estatuto social (ou à falta dele) e à conta bancária (desculpem-me a ironia)...
autor desconhecido


É um documento longo mas vale por uma Pós Graduação em solidariedade! Vale a
pena ler...

14/01/2010 - 00h37

Leia abaixo a íntegra da palestra que Zilda Arns preparou para apresentar no
Haiti:

Agradeço o honroso convite que me foi feito. Quero manifestar minha grande
alegria por estar aqui com todos vocês em Porto Príncipe, Haiti, para
participar da assembléia de religiosos.
Como irmã de dois franciscanos e de três irmãs da Congregação das Irmãs
Escolares de Nossa Senhora, estou muito feliz entre todos vocês. Dou graças
a Deus por este momento.
Na realidade, todos nós estamos aqui, neste encontro, porque sentimos dentro
de nós um forte chamado para difundir ao mundo a boa notícia de Jesus. A boa
notícia, transformada em ações concretas, é luz e esperança na conquista da
Paz nas famílias e nas nações. A construção da paz começa no coração das
pessoas e tem seu fundamento no amor, que tem suas raízes na gestação e na
primeira infância, e se transforma em fraternidade e responsabilidade
social.
A paz é uma conquista coletiva. Tem lugar quando encorajamos as pessoas,
quando promovemos os valores culturais e éticos, as atitudes e práticas da
busca do bem comum, que aprendemos com nosso mestre Jesus: "Eu vim para que
todos tenham vida e a tenha em abundância" (Jo 10.10).
Espera-se que os agentes sociais continuem, além das referências éticas e
morais de nossa Igreja, ser como ela, mestres em orientar as famílias e
comunidades, especialmente na área da saúde, educação e direitos humanos.
Deste modo, podemos formar a massa crítica das comunidades cristãs e de
outras religiões, em favor da proteção da criança desde a concepção, e mais
excepcionalmente até os seis anos, e do adolescente. Devemos nos esforçar
para que nossos legisladores elaborem leis e os governos executem políticas
públicas que incentivem a qualidade da educação integral das crianças e
saúde, como prioridade absoluta.
O povo seguiu Jesus porque ele tinha palavras de esperança. Assim, nós somos
chamados para anunciar as experiências positivas e os caminhos que levam as
comunidades, famílias e pais a serem mais justos e fraternos.
Como discípulos e missionários, convidados a evangelizar, sabemos que força
propulsora da transformação social está na prática do maior de todos os
mandamentos da Lei de Deus: o amor, expressado na solidariedade fraterna,
capaz de mover montanhas: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo
como a nós mesmos" significa trabalhar pela inclusão social, fruto da
Justiça; significa não ter preconceitos, aplicar nossos melhores talentos em
favor da vida plena, prioritariamente daqueles que mais necessitam. Somar
esforços para alcançar os objetivos, servir com humildade e misericórdia,
sem perder a própria identidade. Todo esse caminho necessita de comunicação
constante para iluminar, animar, fortalecer e democratizar nossa missão de
fé e vida. Cremos que esta transformação social exige um investimento máximo
de esforços para o desenvolvimento integral das crianças. Este desen
volvimento começa quando a criança se encontra ainda no ventre sagrado da
sua mãe. As crianças, quando estão bem cuidadas, são sementes de paz e
esperança. Não existe ser humano mais perfeito, mais justo, mais solidário e
sem preconceitos que as crianças.
Não é por nada que disse Jesus: "... se vocês não ficarem iguais a estas
crianças, não entrarão no Reino dos Céus" (MT 18,3). E "deixem que as
crianças venham a mim, pois deles é o Reino dos Céus" (Lc 18, 16).
Hoje vou compartilhar com vocês uma verdadeira história de amor e inspiração
divina, um sonho que se fez realidade. Como ocorreu com os discípulos de
Emaús (Lc 24, 13-35), "Jesus caminhava todo o tempo com eles. Ele foi
reconhecido a partir do pão, símbolo da vida." Em outra passagem, quando o
barco no Mar da Galileia estava prestes a afundar sob violentas ondas, ali
estava Jesus com eles, para acalmar a tormenta. (Mc 4, 35-41).
Com alegria vou contar o que "eu vi e o que tenho testemunhado" a mais de 26
anos desde a fundação da Pastoral da Criança, em setembro de 1983.
Aquilo que era uma semente, que começou na cidade de Florestópolis, Estado
do Paraná, no Brasil, se converteu no Organismo de Ação Social da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, presente em 42 mil comunidades
pobres e nas 7.000 paróquias de todas as Dioceses da Brasil.
Por força da solidariedade fraterna, uma rede de 260 mil voluntários, dos
quais 141 mil são líderes que vivem em comunidades pobres, 92% são mulheres,
e participam permanentemente da construção de um mundo melhor, mais justo e
mais fraterno, a serviço da vida e da esperança. Cada voluntário dedica em
média 24 horas ao mês a esta missão transformadora de educar as mães e
famílias pobres, compartilhar o pão da fraternidade e gerar conhecimentos
para a transformação social.
O objetivo da Pastoral da Criança é reduzir as causas da desnutrição e a
mortalidade infantil, promover o desenvolvimento integral das crianças,
desde sua concepção até o seis anos de idade. A primeira infância é uma
etapa decisiva para a saúde, a educação, a consolidação dos valores
culturais, o cultivo da fé e da cidadania com profundas repercussões por
toda a vida.
Um pouco de história:
Sou a 12ª de 13 irmãos, cinco deles são religiosos. Três irmãs religiosas e
dois sacerdotes franciscanos. Um deles é D. Paulo Evaristo, o Cardeal Arns,
Arcebispo emérito de São Paulo, conhecido por sua luta em favor dos direitos
humanos, principalmente durante os vinte anos da ditadura militar do Brasil.
Em maio de 1982, ao voltar de uma reunião da Organização das Nações Unidas
(ONU), em Genebra, D. Paulo me chamou pelo telefone a noite. Naquela
reunião, James Grant, então diretor executivo da Unicef (Fundo das Nações
Unidas para a Infância), falou com insistência sobre o soro oral.
Considerado como o maior avanço da medicina no século passado, esse soro era
capaz de salvar da morte milhões de crianças que poderiam morrer por
desidratação devido à diarréia, uma das principais causas da mortalidade
infantil no Brasil e no mundo. James Grant conseguiu convencer D. Paulo para
que motivasse a Igreja Católica a ensinar as mães a preparar e administrar o
soro oral. Isto podia salvar milhares de vidas.
Viúva fazia cinco anos, eu estava, naquela noite histórica, reunida com os
cinco filhos, entre os nove e dezenove anos, quando recebi a chamada
telefônica do meu irmão D. Paulo. Ele me contou o que havia passado e me
pediu para refletir sobre ele. Como tornar realidade a proposta da Igreja de
ajudar a reduzir a morte das crianças? Eu me senti feliz diante deste novo
desafio. Era o que mais desejava: educar as mães e famílias para que
soubessem cuidar melhor de seus filhos!
Creio que Deus, de certo modo, havia me preparado para esta missão. Baseada
na minha experiência como médica pediatra e especialista em saúde pública e
nos muitos anos de direção dos serviços públicos de saúde materna-infantil,
compreendi que, além de melhorar a qualidade dos serviços públicos e
facilitar às mães e crianças o acesso a eles, o que mais falta fazia às mães
pobres era o conhecimento e a solidariedade fraterna, para que pudessem
colocar em prática algumas medidas básicas simples e capazes de salvar seus
filhos da desnutrição e da morte, como por exemplo a educação alimentar e
nutricional para as grávidas e seus filhos, a amamentação materna, as
vacinas, o soro caseiro, o controle nutricional, além dos conhecimentos
sobre sinais e sintomas de algumas doenças respiratórias e como as prevenir.
Me vem a mente então a metodologia que utilizou Jesus para saciar a fome de
5.000 homens, sem contar as mulheres e as crianças. Era noite e tinham fome.
Os discípulos disseram a Jesus que o melhor era que deixassem sua casa, mas
Jesus ordenou: "Dai-lhes vós de comer". O apóstolo Felipe disse a Jesus que
não tinham dinheiro para comprar comida para tanta gente. André, irmão de
Simão, sinalou a uma criança que tinha dois peixes e cinco pães. E Jesus
mandou que se sentassem em grupos de cinquenta a cem pessoas (em pequenas
comunidades). Então pensei: Por que morrem milhões de crianças por motivos
que podem facilmente ser prevenidos? O que faz com que eles se tornem
criminosos e violentos na adolescência?
Recordei o inicio da minha carreira, quando me desafiei a querer diminuir a
mortalidade infantil e a desnutrição. Vieram a minha mente milhares de mães
que trocaram o leite materno pela mamadeira diluída em água suja. Outras
mães que não vacinavam seus filhos, quando não havia ainda cesta básica no
Centro de Saúde. Outras mães que limpavam o nariz de todos os seus filhos
com o mesmo pano, ou pegavam seus filhos e os humilhavam quando faziam xixi
na cama. E ainda mais triste, quando o pai chegava em casa bêbado. Ao ouvir
o grito de fome e carinho de seus filhos, os venciam mesmo quando eram muito
pequenos. Sabe-se, segundo resultados de pesquisas da OMS (Organização
Mundial da Saúde), cuja publicação acompanhei em 1994, que as crianças
maltratadas antes de um ano de idade têm uma tendência significativa para
violência, e com frequência fazem crimes antes dos 25 anos.
A Igreja, que somos todos nós, que devíamos fazer?
Tive a seguridade de seguir a metodologia de Jesus: organizar as pessoas em
pequenas comunidades; identificar líderes, famílias com grávidas e crianças
menores de seis anos. Os líderes que se dispusessem a trabalhar
voluntariamente nessa missão de salvar vidas seriam capacitados, no espírito
da fé e vida, e preparados técnica e cientificamente, em ações básicas de
saúde, nutrição, educação e cidadania. Seriam acompanhados em seu trabalho
para que não desanimassem. Teriam a missão de compartilhar com as famílias a
solidariedade fraterna, o amor, os conhecimentos sobre os cuidados com as
grávidas e as crianças, para que estes sejam saudáveis e felizes. Assim como
Jesus ordenou que considerassem se todos estavam saciados, tínhamos que
implantar um sistema de informações, com alguns indicadores de fácil
compreensão, inclusive para líderes analfabetos ou de baixa escolaridade . E
vi diante de mim muitos gestos de sabedoria e amor apreendidos com o povo.
Senti que ali estava a metodologia comunitária, pois podia se desenvolver em
grande escala pelas dioceses, paróquias e comunidades. Não somente para
salvar vidas de crianças, mas também para construir um mundo mais justo e
fraterno. Seria a missão do "Bom Pastor", que está atento a todas as
ovelhas, mas dando prioridade àquelas que mais necessitam. Os pobres e os
excluídos.
Naquela maravilhosa noite, desenhei no papel uma comunidade pobre, onde
identifiquei famílias com grávidas e filhos menores de seis anos e lideres
comunitários, tanto católicos como de outras confissões e culturas, para
levar adiante ações de maneira ecumênica, pois Jesus veio par que "todos
tenham Vida e Vida em abundância" (João 10,10). Isto é o que precisa ser
feito aqui no Haiti: fazer um mapa das comunidades pobres, identificar as
crianças menores de 6 anos e suas famílias e lideres comunitários que
desejam trabalhar voluntariamente.
Desde a primeira experiência, a Pastoral da Criança cultivou a metodologia
de Jesus, que é aplicada em grande escala. No Brasil, em mais de 40 mil
comunidades, de 7.000 paróquias de todas as 272 dioceses e prelazias. Está
se estendendo a 20 países. Estes são, na América Latina e no Caribe:
Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Uruguai, Peru, Venezuela, Guatemala,
Panamá, República Dominicana, Haiti, Honduras, Costa Rica e México; na
África: Angola, Guiné-Bissau, Guiné Conakry e Moçambique e na Ásia:
Filipinas e Timor Leste.
Para organizar melhor e compartilhar as informações e a solidariedade
fraterna entre as mães e famílias vizinhas, as ações se baseiam em três
estratégias de educação e comunicação: individual, de grupo e de massas. A
Pastoral da Criança utiliza simultaneamente as três formas de comunicação
para reforçar a mensagem, motivar e promover mudanças de conduta,
fortalecendo as famílias com informações sobre como cuidar dos filhos,
promovendo a solidariedade fraterna.
A educação e comunicação individual se fazem através da 'Visita Domiciliar
Mensal nas famílias' com grávidas e filhos. Os líderes acompanham as
famílias vizinhas nas comunidades mais pobres, nas áreas urbanas e rurais,
nas aldeias indígenas e nos quilombos, e nas áreas ribeirinhas do Amazonas.
Atravessam rios e mares, sobem e descem montes de encostas íngremes,
caminham léguas, para ouvir os clamores das mães e famílias, para educar e
fortalecer a paz, a fé e os conhecimentos. Trocam idéias sobre saúde e
educação das crianças e das grávidas; ensinam e aprendem.
Com muita confiança e ternura, fortalecem o tecido social das comunidades, o
que leva a inclusão social.
Motivados pela Campanha Mundial patrocinada pela ONU (Organização das Nações
Unidas), em 1999, com o tema "Uma vida sem violência é um direito nosso", a
Pastoral da Criança incorporou uma ação permanente de prevenção da violência
com o lema "A Paz começa em casa". Utilizou como uma das estratégias de
comunicação a distribuição de seis milhões de folhetos com "10 Mandamentos
para alcançar a paz na família", debatíamos nas comunidades e nas escolas,
do norte ao sul do país.
As visitas, entre tantas outras ações, servem para promover a amamentação
materna, uma escola de diálogo e compartilhar, principalmente quando se dá
como alimento exclusivo até os seis meses e se continua dando como alimento
preferencial além do um ano, inclusive além dos dois anos, complementarmente
com outros alimentos saudáveis. A sucção adapta os músculos e ossos para uma
boa dicção, uma melhor respiração e uma arcada dentária mais saudável. O
carinho da mãe acariciando a cabeça do bebe melhora a conexão dos neurônios.
A psicomotricidade da criança que mama no peito é mais avançada. Tanto é
assim que se senta, anda e fala mais rápido, aprende melhor na escola. É
fator essencial para o desenvolvimento afetivo e proteção da saúde dos
bebês, para toda a vida. A solidariedade desponta, promovida pelas horas de
contato direto com a mãe. Durante a visita domiciliar, a educação das
mulheres e de seus familiares eleva a autoestima, estimula os cuidados
pessoais e os cuidados com as crianças. Com esta educação das famílias se
promove a inclusão social.
A educação e a comunicação grupal têm lugar cada mês em milhares de
comunidades. Esse é o Dia da Celebração da Vida. Momento dedicado ao
fortalecimento da fé e da amizade entre famílias. Além do controle
nutricional, estão os brinquedos e as brincadeiras com as crianças e a
orientação sobre a cidadania. Neste dia as mães compartilham práticas de
aproveitamento adequado de alimentos da região de baixo custo e alto valor
nutritivo. As frutas, folhas verdes, sementes e talos, que muitas vezes não
são valorizados pelas famílias.
Outra oportunidade de formação de grupo é a Reunião Mensal de Reflexão e
Evolução dos líderes da comunidade. O objetivo principal desta reunião é
discutir e estabelecer soluções para os problemas encontrados.
Essas ações integram o sistema de informação da Pastoral da Criança para
poder acompanhar os esforços realizados e seus resultados através de
Indicadores. A desnutrição foi controlada. De mais de 50% de desnutridos no
começo, hoje está em 3,1%. A mortalidade infantil foi drasticamente reduzida
e hoje está em 13 mortos por mil nascidos vivos nas comunidades com Pastoral
da Criança. O índice nacional é 2,33, mas se sabe que as mortes em
comunidades pobres, onde estão a Pastoral da Criança, é menor que é na média
geral. Em 1982, a mortalidade infantil no Brasil foi 82,8 mil nascidos
vivos. Estes resultados têm servido de base para conquistar entidades, como
o Ministério da Saúde, Unicef, Banco HSBC, e outras empresas. Elas nos
apoiam nas capacitações e em todas as atividades básicas de saúde, nutrição,
educação e cidadania. O custo criança/mês é de menos de US$ 1.
Em relação à educação e à comunicação de massas apresentará três
experiências concretas de como a comunicação é um instrumento de defesa dos
direitos da infância.
Materiais impressos
O material impresso foi concebido especificamente para ajudar a formação do
líder da Pastoral da Criança. Os instrutores e os multiplicadores servem
como ferramenta de trabalho na tarefa de guiar as famílias e comunidades
sobre questões de saúde, nutrição, educação e cidadania. Além do Guia da
Pastoral da Criança, se colocou em marcha publicações como o Manual do
Facilitador, Brinquedos e Jogos, Comida e as Hortas Familiares,
alfabetização de jovens e adultos e mobilização social.
O jornal da Pastoral da Criança, com tiragem mensal de cerca de 280 mil, ou
seja 3 milhões e 300 mil exemplares por ano, chega a todos os líderes da
Pastoral da Criança. É uma ferramenta para a formação contínua.
O Boletim Dicas abarca questões relacionadas com a saúde e a educação para
cidadania. Este especialmente concebido para os coordenadores e
capacitadores da Pastoral da Criança. Cada publicação chega a 7.000
coordenadores.
Para ajudar na vigilância das mulheres grávidas, a Pastoral da Criança criou
os laços de amor, cartões com conselhos sobre a gravidez e um parto
saudável.
Outros materiais impressos de grande impacto social é o folheto com os 10
mandamentos para a Paz na Família, 12 milhões de folhetos foram distribuídos
nos últimos anos.
Além desses materiais impressos, se envia para as comunidades da Pastoral da
Criança material para o trabalho de pesagem das crianças, objetos como
balanças e também colheres de medir para a reidratação oral e sacos de
brinquedos para as crianças brincarem no dia da celebração da vida.
Material de som e vídeo
Outra área em que a Pastoral da Criança produz materiais é de som e a
produção de filmes educativos. O Show ao vivo da Rádio da Vida, produzido e
gravado no estúdio da Pastoral da Criança, chega a milhões de ouvintes em
todo Brasil. Com os temas de saúde, de educação na primeira infância e a
transformação social, o programa de rádio Viva a Vida se transmite
semanalmente 3.740 vezes. Estamos "no ar", de 2.310 horas semanais em todo
Brasil. Além disso, o Programa Viva a Vida também se executa em vários tipos
de sistemas de som de CD e aparados nas reuniões de grupo.
A Pastoral da Criança também produz filmes educativos para melhorar e dar
conhecimento de seu trabalho nas bases. Atualmente há 12 títulos produzidos
que sem ocupam na prevenção da violência contra as crianças, comida
saudável, na gravidez, e na participação dos Conselhos Municipais de Saúde,
na preservação da AIDS e outros.
Campanhas
A Pastoral da Infância realiza e colabora em várias campanhas para melhorar
a qualidade de vida das mulheres grávidas, famílias e crianças. Estes são
alguns exemplos:
a. Campanhas de sais de reidratação oral
b. Campanha de Certidão de Nascimento: a falta de informação, a distância
dos escritórios e a burocracia fazem com que as pessoas fiquem sem uma
certidão de nascimento. A mobilização nacional para o registro civil de
nascimento, que une o Estado brasileiro e a sociedade, [busca] garantir a
cada cidadão de pleno direito o nome e os direitos.
c. Campanha para promover o aleitamento materno: o leite materno é um
alimento perfeito que Deus colocou à disposição nos primeiros anos de vida.
Permanentemente, a Pastoral da Criança promove o aleitamento materno
exclusivo até os seis meses e, em seguida, continuar, com outros alimentos.
Isso protege contra doenças, desenvolve melhor e fortalece a criança.
d. Campanha de prevenção da tuberculose, pneumonia e hanseníase: as três
doenças continuam a afetar muitas crianças e adultos em nosso país. A
Pastoral da Criança prepara materiais específicos de comunicação para educar
o público sobre sintomas, tratamento e meios de prevenção destas doenças.
e. Campanha de Saneamento: o acesso à água potável e o tratamento de águas
residuais contribuem para a redução da mortalidade infantil. A Pastoral da
Criança, em colaboração com outros organismos, mobiliza a comunidade para a
demanda por tais serviços a governos locais e usa os meios ao seu dispor
para divulgar informações relacionadas ao saneamento.
f. Campanha de HIV/Aids e Sífilis: o teste do HIV/Aids e sífilis durante o
pré-natal permite a redução de 25% para 1% do risco de transmissão para o
bebê. A Pastoral da Criança apoia a campanha nacional para o diagnóstico
precoce destas doenças.
g. Campanha para a Prevenção da morte súbita de bebês "Dormir de barriga
para cima é mais seguro": Com a finalidade de alertar sobre os riscos e
evitar até 70% das mortes súbitas na infância, a Pastoral da Criança lançou
esta grande campanha dirigida às famílias para que coloquem seus bebês para
dormir de barriga para cima.
h. Campanha de Prevenção do Abuso Infantil: Com esta campanha, a Pastoral da
Criança esclarece as famílias e a sociedade sobre a importância da prevenção
da violência, espancamentos e abuso sexual. Esta campanha inclui a
distribuição de folheto com os dez mandamentos para a paz na família, como
um incentivo para manter as crianças em uma atmosfera de paz e harmonia.
i. Campanha - 20 de novembro, dia de oração e de ação para as crianças: A
Pastoral da Criança participa dos esforços globais para a assistência
integral e proteção a crianças e adolescentes, em colaboração com a Rede
Mundial de Religiões para a Infância (GNRC).
Em dezembro de 2009, completei 50 anos como médica e, antes de 2002,
confesso que nunca tinha ouvido falar em qualquer programa da Unicef ou da
Organização Mundial de Saúde (OMS), ou de outra agência da Organização das
Nações Unidas (ONU), que estimulasse a espiritualidade como um componente do
desenvolvimento pessoal. Como um dos membros da delegação do Brasil na
Assembleia das Nações Unidas em 2002, que reuniu 186 países, em favor da
infância, tive a satisfação de ouvir a definição final sobre o
desenvolvimento da criança, que inclui o seu "desenvolvimento físico,
social, mental, espiritual e cognitivo". Este foi um avanço, e vem ao
encontro do processo de formação e comunicação que fazemos na Pastoral da
Criança. Neste processo, vê-se a pessoa de maneira completa e integrada em
sua relação pessoal com o próximo, com o ambiente e com Deus.
Estou convencida de que a solução da maioria dos problemas sociais está
relacionada com a redução urgente das desigualdades sociais, com a
eliminação da corrupção, a promoção da justiça social, o acesso à saúde e à
educação de qualidade, ajuda mútua financeira e técnica entre as nações,
para a preservação e restauração do meio ambiente. Como destaca o recente
documento do papa Bento 16, "Caritas in veritate" (Caridade na verdade), "a
natureza é um dom de Deus, e precisa ser usada com responsabilidade." O
mundo está despertando para os sinais do aquecimento global, que se
manifesta nos desastres naturais, mais intensos e frequentes. A grande crise
econômica demonstrou a inter-relação entre os países.
Para não sucumbir, exige-se uma solidariedade entre as nações. É a
solidariedade e a fraternidade aquilo de que o mundo precisa mais para
sobreviver e encontrar o caminho da paz.
Final
Desde a sua fundação, a Pastoral da Criança investe na formação dos
voluntários e no acompanhamento de crianças e mulheres grávidas, na família
e na comunidade.
Atualmente, existem 1.985.347 crianças, 108.342 mulheres grávidas de
1.553.717 famílias. Sua metodologia comunitária e seus resultados, assim
como sua participação na promoção de políticas públicas com a presença em
Conselhos de Saúde, Direitos da Criança e do Adolescente e em outros
conselhos levaram a mudanças profundas no país, melhorando os indicadores
sociais e econômicos. Os resultados do trabalho voluntário, com a mística do
amor a Deus e ao próximo, em linha com nossa mãe terra, que a todos deve
alimentar, nossos irmãos, os frutos e as flores, nossos rios, lagos, mares,
florestas e animais. Tudo isso nos mostra como a sociedade organizada pode
ser protagonista de sua transformação. Neste espírito , ao fortalecer os
laços que ligam a comunidade, podemos encontrar as soluções para os graves
problemas sociais que afetam as famílias pobres.
Como os pássaros, que cuidam de seus filhos ao fazer um ninho no alto das
árvores e nas montanhas, longe de predadores, ameaças e perigos, e mais
perto de Deus, deveríamos cuidar de nossos filhos como um bem sagrado,
promover o respeito a seus direitos e protegê-los.
Muito Obrigada!
Que Deus esteja convosco!


Dra. Zilda Arns Neumann

Médica pediatra e especialista em Saúde PúblicaFundadora e Coordenadora da Pastoral da Criança Internacional

Coordenadora Nacional da Pastoral da Pessoa Idosa




Bom dia para você!
Rosane!




2 comentários:

  1. Ela deixou um lindo legados de solidariedade a todos. Aprendemos muito. Tenha certeza que o que antes já era feita, agora será muito melhor, em sua homenagem..
    Ser solidario e cuidar do outro com muito carinho e amor...
    é procurar fazer o melhor que se pode..

    Amiga,
    Desculpe, a demora para retribuir o meu carinho, mas as vezes, não conseguimos vim, como planejamos. Mas acredito que o importante é estarmos presente.

    As amizades verdadeiras, são como árvores, com raizes profundas.

    "Um sorriso é a distância mais curta entre duas pessoas".
    Por isso venho trazer o meu sorriso, o meu carinho e a minha amizade, mais sincera.
    Pois nos tornamos, amigos por este meio tão virtual, mas tão caloroso, pelos recadinhos que são deixados.
    Muito obrigado pelas suas doces visitas em todos os meus blogs.
    Fico sempre muito feliz com a sua presença.
    Um grande abraço.
    Sandra

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  2. Rô, eu tinha lido essa palestra mas li de novo. Realmente, não poderíamos imaginar que ela iria desta vez, mas parece que ela, tudo que fazia, era valorizando os passos, as ações, as atitudes, olhando um resultado futuro, sempre em benefíco do próximo! Exercia a fraternidade em sua visão mais ampla! Beijus,

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"Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária
Para aceitar as coisas que não podemos modificar,
Coragem para modificar aquelas que podemos,
E sabedoria para distinguir umas das outras".

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