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sábado, 7 de novembro de 2009

Adoro essa mulher, maravilhosa e sabia - LIA LUFT -


IMAGEM AQUI


IDADE E MUDANÇA
POR LIA LUFT


"Mês passado participei de um evento sobre o Dia da Mulher.
Era um bate-papo com uma platéia composta de umas 250 mulheres de todas as raças, credos e idades.
E por falar em idade, lá pelas tantas, fui questionada sobre a minha e, como não me envergonho dela, respondi.
Foi um momento inesquecível... A platéia inteira fez um ’oooohh’ de descrédito.

Aí fiquei pensando: ’pô, estou neste auditório há quase uma hora exibindo minha inteligência, e a única coisa que provocou uma reação calorosa da mulherada foi o fato de eu não aparentar a idade que tenho?
Onde é que nós estamos? Onde não sei, mas estamos correndo atrás de algo caquético chamado ’juventude eterna’. Estão todos em busca da reversão do tempo. Acho ótimo, porque decrepitude também não é meu sonho de consumo, mas cirurgias estéticas não dão conta desse assunto sozinhas. Há um outro truque que faz com que continuemos a ser chamadas de senhoritas mesmo em idade avançada.

A fonte da juventude chama-se "mudança".

De fato, quem é escravo da repetição está condenado a virar cadáver antes da hora. A única maneira de ser idoso sem envelhecer é não se opor a novos comportamentos, é ter disposição para guinadas. Eu pretendo morrer jovem aos 120 anos. Mudança, o que vem a ser tal coisa?
Minha mãe recentemente mudou do apartamento enorme em que morou a vida toda para um bem menorzinho. Teve que vender e doar mais da metade dos móveis e tranqueiras, que havia guardado e, mesmo tendo feito isso com certa dor, ao conquistar uma vida mais compacta e simplificada, rejuvenesceu.
Uma amiga casada há 38 anos cansou das galinhagens do marido e o mandou passear, sem temer ficar sozinha aos 65 anos. Rejuvenesceu.

Uma outra cansou da pauleira urbana e trocou um baita emprego por um não tão bom, só que em Florianópolis, onde ela vai à praia sempre que tem sol. Rejuvenesceu.

Toda mudança cobra um alto preço emocional. Antes de se tomar uma decisão difícil, e durante a tomada, chora- se muito, os questionamentos são inúmeros, a vida se desestabiliza. Mas então chega o depois, a coisa feita, e aí a recompensa fica escancarada na face.
Mudanças fazem milagres por nossos olhos, e é no olhar que se percebe a tal juventude eterna. Um olhar opaco pode ser puxado e repuxado por um cirurgião a ponto de as rugas sumirem, só que continuará opaco porque não existe plástica que resgate seu brilho. Quem dá brilho ao olhar é a vida que a gente optou por levar.

Olhe-se no espelho..." .





Lya Luft


"Não existe isso de homem escrever com vigor e mulher escrever com fragilidade. Puta que pariu, não é assim. Isso não existe. É um erro pensar assim. Eu sou uma mulher. Faço tudo de mulher, como mulher. Mas não sou uma mulher que necessita de ajuda de um homem. Não necessito de proteção de homem nenhum. Essas mulheres frageizinhas, que fazem esse gênero, querem mesmo é explorar seus maridos. Isso entra também na questão literária. Não existe isso de homens com escrita vigorosa, enquanto as mulheres se perdem na doçura. Eu fico puta da vida com isso. Eu quero escrever com o vigor de uma mulher. Não me interessa escrever como homem."

FONTE AQUI


Beijos e beijos!
Pense e reflita!
Rosane!

6 comentários:

  1. Lia Luft é o máximo, eu também gosto muito da maneira como escreve.
    Obrigada por sua gentil visita e por palavras tão carinhosas a cerca de meu trabalho.
    Voltarei sempre que a minha conexão me permitir abrir as páginas (rs).
    FOI DESSE JEITO QUE EU OUVI DIZER... deseja um bom fibal de semana.
    Saudações Florestais !

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  2. Oi Rô,
    Adorei o seu post... Realmente mudanças doem mto... Recentemente passei por uma, foi dolorosa, mas necessária...
    E hj estou mto melhor mesmo... Encontrei quem me ame de verdade... E eu tb me amo!
    Então estou em paz com meu coração!!!

    Passa lá no Ideias q deixei uma brincadeirinha para o fim de semana!!!

    Bom fds para vc!!!
    bjão

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  3. Gosto da Lia Luft porque ela escreve as coisas cotidianas, mas com muita profundidade. Suas crônicas são reveladoras da vida.

    Beijos, Rô, e uma excelente semana pra você.

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  4. Eu tenho 51 anos. Aparento a idade que tenho, mas não tenho medo de envelhecer.
    Mas não gosto de mudanças. Gosto do meu cantinho.
    Com carinho Monica

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  5. Oi, Rô!
    Eu conhecia esse texto. Pior que é verdade, nós mulheres estamos ainda muito apegadas a aparência, e fazemos disso toda a nossa razão de ser. Nada mais importa para a mulherada, ou até importa, mas fica em segundo plano. O que se quer mesmo é parecer mais jovem. Eu sou meio revoltada com isso. Eu sou jovem, mas resisto a essa postura porque quero amadurecer em paz, sem essas cobranças bestas que existem nesse sentido. Lá no Bicha Fêmea, não raro esse assunto é recorrente. Eu vou resistir a isso até o fim...

    Hoje eu publiquei fotos do nosso encontro na coluna social do Bicha Fêmea... :)

    Que venha o próximo encontro! ;)

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  6. Olá Rô, achei seu blog por acaso e devo confessar que adorei! O post de Lia Luft, lindo!Sempre que puder virei dar uma espiada.
    Um grande abraço

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"Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária
Para aceitar as coisas que não podemos modificar,
Coragem para modificar aquelas que podemos,
E sabedoria para distinguir umas das outras".

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