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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

- Nascemos para dar certo -

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O FIM E OS MEIOS

Quantas vezes podemos confundir uns e outros! É o que acontece por exemplo quando rezamos. Pedimos saúde e esquecemos de pedir paciência. Pedimos aumento de salário nem percebemos a importância do desprendimento das coisas materiais. Pedimos, pedimos, pedimos e talvez não nos damos conta de quanto temos para agradecer. Não pareça que saúde e finanças tem importância desprezível. Todas as coisas criadas tem valor e merecem ser consideradas quando nos encontramos em situação de discernimento. O primeiro passo, porém, é vermos claro então o que é FIM e o que são MEIOS. Jesus mesmo chamou a respeito a atenção da família dos Zebedeu, quando a outra Maria veio pedir-lhe lugares de destaque para os filhos - um á direita e outro á esquerda - quando se estabelecesse o Reino. Vocês não sabem o que estão pedindo! (Mc 10, 38).

O mesmo acontece na orientação da vida. Gostamos de muitas coisas, porque são bonitas, gostosas, agradáveis. Ou porque excitam nossa curiosidade e desafiam nossa vontade de saber. Ou porque favorecem nossa imagem diante dos outros e talvez nos deixem mais benquistos. Ou porque nos prometem o domínio de algum espaço e nos façam especialmente importantes. E assim por diante. É claro estar faltando aí boa dose de liberdade interior, daquela indiferença proposta no Princípio e Fundamento dos Exercícios Espirituais.

Todas essas coisas, embora tenham sua valia, continuam sendo meios para alguma finalidade. É pelo significado desses FINS, do que se pretende alcançar, que vamos, num segundo momento, lançar mão dos MEIOS, ou seja, dos instrumentos e recursos válidos para alcançá-los. Não faria sentido tomar um ônibus só porque é mais novo e atraente, sem perceber qual o seu destino, geralmente colocado em letras garrafais à sua frente. Não seria sensato para um diabético abusar de doces, por mais que seja vidrado em tal tipo de alimento. Não seria razoável aceitar ou mesmo procurar um cargo numa empresa, quando temos consciência de não estarmos qualificados para isso, só talvez porque poderia trazer vantagens financeiras.

A vida é toda cheia de propostas e escolhas. Somos responsáveis por ser fiéis ao bom senso, à verdade, à justiça e ao amor por nós mesmos e pelos outros. Principalmente, acima de quaisquer bens que nos possam atrair, permanece o Bem maior, a finalidade suprema para a qual fomos criados, a realização do plano eterno de Deus, daquele que sabe das coisas, porque foi quem nos criou. Uma atitude de honestidade a toda prova precisa direcionar nossas decisões, mesmo apesar de nossos eventuais tropeços e de nossas possíveis falhas e incoerências, com a certeza de que justamente por aí é que teremos as maiores alegrias. Nascemos para dar certo, segundo o Coração de Deus. Tudo o mais é loucura, insensatez e perda do precioso e breve tempo de nossos dias.

Milton Paulo de Lacerda.




Para a realidade humana, ser é escolher-se: nada lhe vem de fora, nem tão-pouco de dentro, que possa receber ou aceitar. Está inteiramente abandonada, sem auxílio de nenhuma espécie, à insustentável necessidade de se fazer ser até ao mais ínfimo pormenor. Assim, a liberdade não é um ser: é o ser do homem, quer dizer, o seu nada de ser. (...) O homem não pode ser ora livre, ora escravo; ele é inteiramente e sempre livre, ou não é.

Jean-Paul Sartre, in 'O Ser e o Nada'


Boa tarde pra você!
Rosane!

Um comentário:

  1. Deus nos dá carta branca para nossas escolhas e como bom pai, mesmo quando erramos e ele sabendo disso, fica esperando que tenhamos consciência para enxergar a verdade. Faz parte de todo o nosso crescimento, saber um dia, com sabedoria e fraternidade, também enxergar os erros de outrem e compreender. Boa semana! Beijus

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"Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária
Para aceitar as coisas que não podemos modificar,
Coragem para modificar aquelas que podemos,
E sabedoria para distinguir umas das outras".

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