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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Blogagem coletiva coisas do meu Brasil ll


As andorinhas são as aves-símbolos de minha cidade Campinas SP.

Campinas é também conhecida como a Princesa D'Oeste.

Quando estava fazendo a pesquisa para a Blogagem Coletiva Caisas do Meu Brasil ll, li uma matéria da Revista Metrópole de 11/07/2004 que me chamou atenção, por quê as Andorinhas de minha cidade desapareceram???

Lendo o texto da matéria descobri essa raridade de Rui Barbosa.

Com esse texto Rui Barbosa tornou minha querida Campinas conhecida nacionalmente como a Cidade das Andorinhas.

AS ANDORINHAS DE CAMPINAS
(Rui Barbosa)


Pelo límpido azul, já sem sol, antes que se lhe esvaia de todo o ouro de seus átomos de luz, mas quando o crepúsculo entra a desmaiar do seu brilho a safira celeste, um ponto retinto, perdido nos longes mais remotos, se acentua em negro na cúpula do firmamento, lá bem alto, bem de cima, como se a ponta de uma seta, desfechada perpendicularmente de além, varasse ali a redondeza anilada.

Era um,e logo após já são muitos, já vêm surgindo inumeráveis, já parecem infinitos, já se cruzam e recruzam,já se encontram e circulam, já se condensam e escurecem.


Eram um grupo e já formam um bando, já vêm crescendo em longas revoadas
, já refervem em enxames e enxames, já se estendem em uma vasta nuvem agitada. Toldaram o céu, encheram o ar, vêm-nos ondeando sobre as cabeças. Agora, afinal, como os movimentos de uma grande vaga sombria, pontuada de branco, a librar-se entre a terra e a imensidade, baixa a massa inquieta, rumorejando, oscilando, flutuando, rasga-se na coroa das palmeiras, açoita os fios telegráficos, resvala pelos tetos do casario, e, ao cabo, arfando e remoinhando, turbilhonando e restrugindo com o estrépito de uma cascata argentina, de uma cachoeira de cristais que se despedaçam, chilreada imensa de vozes e grasnidos às dezenas de milhares, pendem, mergulham e desaparecem, numa imensa curva borbulhante, por sobre o largo telheiro abandonado, que essa aérea multidão erradia elegeu entre nós para abrigo do seu descanso nas cálidas noites de verão.

A reportagem da
Revista Metropole
Na rota das andorinhas
Kátia Nunes

As calçadas de Campinas (ainda) têm andorinhas. Localizamos algumas delas e fizemos um passeio nostálgico pela história da ave-símbolo da cidade.
A Campinas de 230 anos é famosa por seu pólo tecnológico, pelas universidades, pela área médica e pelo centro de compras, com seus grandes shopping centers. Mas, no início do século 20, ficou conhecida no Brasil como a “Cidade das Andorinhas” em virtude do espetáculo proporcionado pelas pequenas aves migratórias que, nos meses quentes do ano, cortavam o céu de Campinas em tão grande número que até faziam sombra quando voavam juntas.


A fama nacional foi reconhecida depois que Rui Barbosa visitou Campinas em 1914 e assistiu aos vôos rasantes das aves no extinto Mercado das Hortaliças, onde hoje é o Largo das Andorinhas, no Centro. Em uma só tarde, um pesquisador da época chegou a estimar 30 mil andorinhas nos telhados.

Membro fundador da Academia Brasileira de Letras, Rui Barbosa escreveu a crônica As Andorinhas de Campinas, que foi lida no Centro de Ciências, Letras e Artes na ocasião da visita. “O texto correu o Brasil e muitos campineiros sabiam trechos de cor”, lembra Gilberto Prado, 80 anos, conselheiro curador da Federação das Entidades Assistenciais de Campinas (Feac).


Referências a céu aberto

Pouco se vêem as andorinhas hoje em dia em Campinas. As gerações que perderam o espetáculo das aves, que ocorria todos os anos, do começo do século até a década de 50, ficaram apenas com as homenagens feitas aos pássaros, como as calçadas de mosaico português com desenhos de andorinhas voando, a pintura dos ônibus coletivos e táxis, o Largo das Andorinhas, que recebeu este nome em 1945, o Hotel Fazenda e Golf Solar das Andorinhas e o monumento que representa um grupo de andorinhas em pleno vôo, do escultor Lélio Coluccini, instalado em 1957, diante do Museu de Arte Contemporânea de Campinas.

Das referências à ave-símbolo, as calçadas são as menos observadas pelos campineiros, embora tenham marcado o desenvolvimento dos principais bairros da cidade. Elas foram introduzidas em Campinas durante a gestão do prefeito Lauro Péricles Gonçalves, de 1972 a 1976.

“Lancei um decreto para que as novas calçadas trouxessem a imagem do símbolo de Campinas, assim como estava ocorrendo no Rio de Janeiro, com as ondas de Copacabana e com o desenho do Estado de São Paulo na capital paulista. Minha intenção foi a de estimular a população a valorizar o aspecto cultural e folclórico da cidade”, afirma o ex-prefeito, que também foi o idealizador do monumento ao Bicentenário de Campinas, instalado no Largo das Andorinhas.

Com o decreto da Prefeitura, a Pedramista Calçamentos, que atua em Campinas há 30 anos, teve de criar moldes de ferro com o formato das andorinhas. “A calçada pronta dá a impressão de que a andorinha está voando. Ela está sempre com o bico voltado para a rua, como se estivesse saindo do telhado da casa para seu passeio. Quisemos criar essa ilusão, porque elas gostam de ficar em telhados em vez de galhos de árvores”, diz o engenheiro da empresa, Marcos Alexandre Grande.
Marcos diz que os bairros que estavam em crescimento na época são os que têm mais mosaicos de andorinhas até hoje, como Guanabara, Cambuí, Taquaral, Jardim Flamboyant, Castelo e Jardim Chapadão.

Cláudio Grande, proprietário da Pedramista, salienta que, hoje, são raros os pedidos de calçadas com andorinhas. “Elas são feitas quando a pessoa quer dar continuidade ao desenho da calçada do vizinho. A moda hoje é mais clean, geralmente só com pedras brancas”, explica.

O proprietário e responsável pela Farmácia Bandeirantes, no Cambuí, Mauro Augusto Marchiori, 71 anos, nem cogitou outro calçamento quando, em 1973, reformou o imóvel onde funciona a farmácia. “Campinas me recebeu de braços abertos. Meus 56 anos de trabalho e sustento ocorreram nesta cidade, assim como a formação da minha família. Foi um prazer prestar essa homenagem na calçada”, ressalta Mauro, que é paulistano e deu o nome de Bandeirantes ao estabelecimento por ter sido pioneiro no Cambuí, onde se instalou há meio século.
A calçada da Federação das Entidades Assistenciais de Campinas (Feac), no Jardim das Paineiras, que também ostenta as andorinhas no passeio, foi construída numa das gestões de Gilberto Prado como presidente da fundação, em 1976. “Achei importante prestigiar uma lembrança marcante de Campinas”, conta.


Por que elas sumiram?

Gilberto Prado lamenta que “90% da população campineira não saiba por que razão Campinas é chamada de Cidade das Andorinhas. Dos que sabiam, quase todos morreram. Sobraram alguns, como eu”, diz.

Segundo o desenhista e pesquisador de pássaros, Tomas Sigrist, Campinas não é mais rota migratória das andorinhas pelo fato de a cidade ter crescido bastante e substituído sua atividade econômica, antes predominantemente agrícola, com campos, áreas rurais, pastos e terra arada. Sigrist diz que as andorinhas fugiam do inverno na América do Norte e rumavam para a América do Sul, passando pelo Brasil e pela cidade, entre os meses de setembro e dezembro. “Em Campinas, por haver muitas plantações na época, as andorinhas paravam para se alimentar. Sua maior fonte de comida são os insetos, devorados em pleno vôo. As aves eram bem-vindas, principalmente pelos agricultores, que atribuem aos insetos boa parte de seus prejuízos na produção”, explica o pesquisador.

Testemunhas do espetáculo das andorinhas no antigo Mercado das Hortaliças, no entanto, não se conformam com o sumiço das aves, que, pela lembrança, ocorreu de um ano para outro. “Acho que não vieram mais porque o antigo mercado foi pintando e elas estranharam a limpeza e o cheiro de tinta”, suspeita a professora Célia Siqueira Farjallat, 86 anos, colunista do Correio Popular.

Célia, que estudava na Escola Normal, atual Escola Carlos Gomes, que fica em frente ao Largo das Andorinhas, gostava de olhar os pássaros pousando em bandos no prédio do extinto mercado ao entardecer.

O Mercado das Hortaliças, edificado em agosto de 1886 e demolido em abril de 1956, virou Casa das Andorinhas depois de perder seu uso comercial (em 1908, com a inauguração do novo mercado na Praça Corrêa de Melo). Abandonado, o prédio foi “parada” das andorinhas durante longos anos até ser demolido pela administração, quando as aves já não faziam mais dele sua guarida noturna.

O fotógrafo Gilberto de Biasi, 73 anos, registrou em suas lentes o mercado em pleno funcionamento. Do outro lado da rua, mais precisamente do terraço da Escola Carlos Gomes, ele fotografou o prédio, que era todo aberto e não tinha janelas, o que facilitou anos depois a entrada de milhares de andorinhas. “Quando eu tinha uns dez anos, ia para a casa da minha tia, que morava na Rua Benjamin Constant, para que ela me levasse para ver as andorinhas chegando junto com o pôr-do-sol. Elas voltavam para casa em bandos, era um barulho enorme”, lembra.

Fonte: aqui

Clique aqui e veja fotos de Campinas



O primeiro nome de Campinas foi Campinas de Mato Grosso, devido à floresta densa e inexplorada que caracterizava a região. Era passagem obrigatória das Missões dos Bandeirantes que iam para as minas de ouro no interior.
O povoamento teve início entre 1739 e 1744 com a vinda de Taubaté de Francisco Barreto Leme. Em 14 de julho de 1774, numa capela provisória, foi celebrada a primeira missa oficializando a fundação da Freguesia Nossa Senhora de Conceição de Campinas.
Em 1797 é elevada à categoria de vila e altera o nome para Vila de São Carlos, e finalmente em 5 de fevereiro de 1842, já com 2.107 habitantes e cerca de quarenta casas, foi elevada à categoria de cidade com o nome de Campinas.
É conhecida como cidade-fênix, por conta de seu renascimento depois da febre amarela que devastou 25% da população no fim do século XIX.
A agricultura teve um papel de destaque na história da cidade de Campinas, que se aproveitou do solo fertil de terra roxa. A a cana-de-açúcar foi a primeira cultura agrícola de Campinas, logo suplantada pelas lavouras de café. Em pouco tempo, a economia cafeeira impulsionou um novo ciclo de desenvolvimento da cidade. Nesse período, a população de Campinas concentrava um grande contingente de trabalhadores escravos e livres, empregados em plantações e em atividades produtivas rurais e urbanas. Em 1872, graças ao plantio de café e a construção da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, Campinas passa a ser uma das maiores cidades do País.
Com a crise da economia cafeeira, a partir da década de 1930, a economia de Campinas assumiu um perfil mais industrial e de serviços. A cidade então recebeu imigrantes provenientes de todo o mundo (destacando-se a imigração italiana), atraídos pela instalação de um novo parque produtivo.
Entre as décadas de 1970 e 1980, a cidade praticamente duplicou de tamanho, por conta de fluxos migratórios internos.

Campinas também é a Princesa D'Oeste!

Devido o seu grande progresso também ficou conhecida como a "Princesa d'Oeste", referência esta por estar a oeste da capital do estado.
Com a construção de grandes rodovias como a Rodovia Anhanguera (1948), a Rodovia dos Bandeirantes (1978), a Rodovia Santos Dumont (década de 1980), a Rodovia Dom Pedro I, Rodovia Adhemar de Barros,a Rodovia Jornalista Francisco Aguierre Proença e a Rodovia General Milton Tavares de Souza (ou Tapetão), que é o principal acesso à REPLAN, Campinas consolidou-se como importante entroncamento rodoviário.
Também se destacam um moderno parque industrial e tecnológico — fruto de um plano de instalação de "tecnopólos", e renomadas instituições de ensino superior, como a Universidade Estadual de Campinas e a Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Também é em Campinas que se localiza o Laboratório Nacional de Luz Síncroton e o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD).
A partir de 1998, a cidade vem assistindo a uma mudança acentuada na sua base econômica: perde importância o setor industrial (com a migração de fábricas para cidades vizinhas ou outras regiões do país - em parte por causa da violência e dos altos impostos), e ganha destaque o setor de serviços (comércio, pesquisa, serviços de alta tecnologia e empresas na área de logística).

Atualmente também possímos uma Rodoviária de primeiro mundo, recentemente inaugurada.

Sem contar com o famoso Aeroporto Internacional de Viracopos o maior Terminal de Cargas da américa Latina, em expansão, transformando-o em um dos maiores Terminais de passageiros do Brasil, cujo qual já dispõe da maior pista de pousos e decolagens do país (aproximadamente com 3km de extensõa) .

Para saber mais sobre a cidade de Campinas clique aqui Ou clique aqui para ver fotos de Campinas à noite.

Este post faz parte da Blogagem Coletiva Coisas do meu Brasil ll uma iniciativa da editora do Blog Leio o Mundo Assim Andréa Motta, parabéns a todos os participantes.


Bom fim de semana a todos(as)
Rosane!

15 comentários:

  1. Vóooooooooo.........
    me leva pra Campinas!!!
    Que delíiicia, hein?!!
    Que calçada maravilhosa... andorinhas nos acordando, rodoviária sensacional!!
    Que delíiicia!!!!

    Vó adorei o texto do Rui!!
    Linda participação vó linda!!!

    Eu tbm tô participando, lá no marés e no coisas nossas... Espero a senhora, tá?!!
    Beijos, vó linda e bom sábado!!

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  2. Pois não vejo a hora do carnaval chegar e zarpar para Campinas. Tenho irmãs que moram aí e sempre estou de passagem. Uma cidade muito agrádavel e um povo muito hospitaleiro...

    Bom final de semana

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  3. Gostei muito de saber mais sobre a cidade de Campinas! Mas me conta! Não sobrou nenhuma andorinha pra contar a história? Aqui em Porto Alegre se vêem muuuuitas andorinhas até hoje.

    Beijão, Vovó Sapeca!

    Sensata Paranóia

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  4. São poucas que ainda vemos nos parques e nos céus de minha cidade.
    Quando eu era pequenina era o maior divertimento quando meu pai me levava no centro da cidade para ver as andorinhas, creia eram muitas mesmo.

    Obrigada pela visita Su, Ronald e Urbano.
    Beijos!

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  5. Oi, Ro! Demorei, mas cheguei! Eu não sabia de tantas coisas sobre Campinas. Aliás, eu sabia pouquíssimo, embora tenha visitado no ano passado! Obrigada por participar!

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  6. Pena que estive em Campinas uma única vez! E à noite! Nem pude conhecer nada! Mas como nem é tão longe assim, posso remediar isso logo, logo! :-)

    Parabéns pela linda cidade, Rô! Quem sabe ainda possamos nos encontrar por aí? \o/ \o/

    Beijão!
    Juca

    PS: Obrigado pela visitinha!

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  7. Esta blogagem está nos dando a chance de conhecer o nosso Brasil, tão pouco conhecido por nós brasileiros e também a chance de conhecer novos amigos e isto é muito bom! Beijos e parabéns pelo seu post...ficou ótimo!

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  8. Olá!
    Também participei da blogagem coletiva. Estou visitando os demais participantes, isso tem sido uma maneira deliciosa de conhecer melhor esse país e outras pessoas.
    Você, com certeza, está dando uma valiosa contruibuição ao povo campineiro.
    Parabéns!
    Ivani

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  9. Olá
    Campinas é a minha proxima viagem como motociclista hahaahah
    Parabens viuuu
    seu poste ficou mto BOM :)
    faço parta agora da blogagem coletiva tbm ....\o/
    Um forte abraço

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  10. Eu quero voltar pra casaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!
    :´(

    êh Saudade!
    Beijo, vó!

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  11. Boa noite, Ro. Só hoje consegui publicar teu post da Blogagem Coletiva Interlúdio com Florbela no Blog... Desculpe o meu atraso devido a problemas com conexão, e obrigada por teu carinho com a blogagem!
    Quando puder dá uma passadinha e veja se gosta:
    http://interludioemflorcomflorbela.blogspot.com/
    Abraços!

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  12. Oi Rô!

    Sou de Limeira, pertinho de Campinas... acho que já tinha te dito isso.
    Os passarinhos do shopping Parque Dom Pedro são andorinhas?!

    Abraço, ótima semana!

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  13. Caramba Rô, devia ser um espetáculo e tanto heim?
    E fantástico o teu post viu? Parabéns.
    Ótima e abençoada semana pra vc e sua família.
    Beijão.

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  14. Oi Rosane, trago muitas lembranças de Campinas pois quando pequena, sempre passava minhas férias ai. Doces lembranças...seu texto me remeteu a um passado muito feliz. Ainda volto ai, mesmo sem as andorinhas.
    Bjs

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  15. Blogagens como esta nos permite conhecer locais novos e saber sobre eles, como aconteceu aqui em relação a Campinas.

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"Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária
Para aceitar as coisas que não podemos modificar,
Coragem para modificar aquelas que podemos,
E sabedoria para distinguir umas das outras".

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