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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Patativa do Assaré - Antonio Gonçalves da Silva -









Recebi este lindo Poema de um grande amigo.

Dois Quadros

© Patativa do Assaré

Na seca inclemente do nosso Nordeste, O sol é mais quente e o céu mais azul E o povo se achando sem pão e sem veste, Viaja à procura das terra do Sul.

De nuvem no espaço, não há um farrapo, Se acaba a esperança da gente roceira, Na mesma lagoa da festa do sapo, Agita-se o vento levando a poeira.

A grama no campo não nasce, não cresce: Outrora este campo tão verde e tão rico, Agora é tão quente que até nos parece Um forno queimando madeira de angico.

Na copa redonda de algum juazeiro A aguda cigarra seu canto desata E a linda araponga que chamam Ferreiro, Martela o seu ferro por dentro da mata.

O dia desponta mostrando-se ingrato, Um manto de cinza por cima da serra E o sol do Nordeste nos mostra o retrato De um bolo de sangue nascendo da terra.

Porém, quando chove, tudo é riso e festa, O campo e a floresta prometem fartura, Escutam-se as notas agudas e graves Do canto das aves louvando a natura.

Alegre esvoaça e gargalha o jacu, Apita o nambu e geme a juriti E a brisa farfalha por entre as verduras, Beijando os primores do meu Cariri.

De noite notamos as graças eternas Nas lindas lanternas de mil vagalumes. Na copa da mata os ramos embalam E as flores exalam suaves perfumes.

Se o dia desponta, que doce harmonia! A gente aprecia o mais belo compasso. Além do balido das mansas ovelhas, Enxames de abelhas zumbindo no espaço.
E o forte caboclo da sua palhoça, No rumo da roça, de marcha apressada Vai cheio de vida sorrindo, contente, Lançar a semente na terra molhada.

Das mãos deste bravo caboclo roceiro Fiel, prazenteiro, modesto e feliz, É que o ouro branco sai para o processo Fazer o progresso de nosso país.



Tão simples palavras colocadas em versos fiquei a pensar quem será Patativa do Assaré? A minha sede de saber é grande demais e muitas vezes fico meio que envergonhada por ser tão ignorante em tantas coisas, talvés por estar sempre ligada a temas da fé e religião, me esquecendo que com nossos grandiosos artistas também somos fé no mundo, quantas reflexões e exemplos de vida não aprendemos com eles, e me preocupo com isso. E quero aprender mais e mais, e quanto mais aprendo mais quero aprender. Nunca tinha nem sequer ouvido falar em Antonio Miguel da Silva "Patativa do Assaré". Descobri que Patativa do Assaré foi um compositor conhecido em todo Brasil. Eu confesso não o conhecia e penso que muitos não conheçam.
Lendo sua biografia me perguntei:
- Qual a diferença de uma pessoa letrada para uma pessoa alfabetizada?
Pesquisando me responderam:

- "Uma pessoa letrada nem sempre é uma pessoa que foi alfabetizada, e nem toda pessoa alfabetizada é uma pessoa letrada, pois o letramento é uma coisa que vamos adquirindo ao longo da nossa vida e o alfabetizado é algo que aprendemos em uma escola, por exemplo. Um exemplo de uma pessoa letrada e não alfabetizada é a “lenda” Patativa do Assaré. Um dos maiores escritores regionalistas e nacional". fonte aqui
Um ícone!!





Sua Biografia

Patativa do Assaré e seus 90 verões de gorjeio poético

As penas plúmbeas, as asas e cauda pretas da patativa, pássaro de canto enternecedor que habita as caatingas e matas do Nordeste brasileiro, batizaram poeta Antônio Gonçalves da Silva, conhecido em todo o Brasil como Patativa do Assaré, referência ao município que nasceu. Analfabeto "sem saber as letra onde mora ", como diz num de seus poemas, sua projeção em todo o Brasil se iniciou na década de 50, a partir da regravação de "Triste Partida", toada de retirante gravada por Luiz Gonzaga.
Filho do agricultor Pedro Gonçalves da Silva e de Maria Pereira da Silva, Patativa do Assaré veio ao mundo no dia 9 de março de 1909. Criado num ambiente de roça, na Serra de Santana, próximo a Assaré , seu pai morrera quando tinha apenas oito anos legando aos seus filhos Antônio, José, Pedro, Joaquim, e Maria o ofício da enxada, "arrastar cobra pros pés" , como se diz no sertão.
A sua vocação de poeta, cantador da existência e cronista das mazelas do mundo despertou cedo, aos cinco anos já exercitava seu versejar. A mesma infância que lhe testemunhou os primeiros versos presenciaria a perda da visão direita, em decorrência de uma doença, segundo ele, chamada "mal d'olhos".
Sua verte poética serviu vassala a denunciar injustiças sociais, propagando sempre a consciência e a perseverança do povo nordestino que sobrevive e dá sinais de bravura ao resistir ao condições climáticas e políticas desfavoráveis. A esse fato se refere a estrofe da música Cabra da Peste:
"Eu sou de uma terra que o povo padeceMas não esmorece e procura vencer.Da terra querida, que a linda caboclaDe riso na boca zomba no sofrêNão nego meu sangue, não nego meu nome.Olho para a fome , pergunto: que há ?Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,Sou cabra da Peste, sou do Ceará."
Embora tivesse
facilidade para fazer versos desde menino, a Patativa do município de Assaré, no Vale do Cariri, nunca quis ganhar a vida em cima do seu dom de poeta. Mesmo tendo feito shows pelo Sul do país, quando foi mostrado ao grande público por Fagner em finais da década de 70, até hoje se considera o mesmo camponês humilde e mora no mesmo torrão natal onde nasceu, no seu pedaço de terra na Serra de Santana.
Do Vale do Cariri, que com-preende o Sul do Ceará e parte Oeste da Paraíba, muitas famílias migraram para outras regiões do Brasil. A própria família Gonçalves , da qual faz parte o poeta, se largou do Crato , de Assaré e circunvizinhan-ças para o Sul da Bahia, em busca do dinheiro fácil do cacau, nas décadas de 20 e 30.Seus livros foram publicados ocasionalmente por pesquisadores e músicos amigos e, parceria com pequenos selos tipográficos e hoje são relíquias para os colecionadores da literatura nordestina. Ler mais aqui



"Eu sou de uma terra que o povo padece

Mas não esmorece e procura vencer.

Da terra querida, que a linda cabocla

De riso na boca zomba no sofrê

Não nego meu sangue, não nego meu nome.

Olho para a fome , pergunto: que há ?

Eu sou brasileiro, filho do Nordeste,Sou cabra da Peste, sou do Ceará."



Uma verdadeira prece de um homem simples e humilde, dele será feito o reino de Deus!









CLIQUE NA IMAGEM E LEVE SEU PEDAÇINHO PARA COMEMORARMOS JUNTOS O ANIVERSÁRIO DE LUMA
HOJE A QUERIDA LUMA AMIGA E CHEIA DA LUZ DE DEUS ESTÁ DE ANIVERSÁRIO.
PARABÉNS PRA TI MINHA LINDA MINERINHA TER VOCÊ EM MEU CAMINHO É BOM DEMAIS SÔ!!!!
QUE DEUS TE ABENÇOE E TE ILUMINE PARA QUE VOCÊ CONTINUE VIVENDO BEM JUNTINHO DE TODOS NÓS QUE AMAMOS E RESPEITAMOS!

Rosane!





Boa semana a todos(as)

3 comentários:

  1. Oba, vou depois lá na casa da Luma, ela é mto show mesmo!
    E adorei conhecer este poeta da terra, da vida! Quanta inspiração!
    Bjos!

    ResponderExcluir
  2. "Patativa do Assaré", obrigada por explicar mãezinha, nunca tinha ouvido falar também!

    Beijão, que sua semana seja iluminada de amor e paz no coração!

    ResponderExcluir
  3. Eu já tinha ouvido falar em "Patativa do Assaré", minha mãe gostava sempre de recitar algo dele!! Eu me divertia ouvindo suas histórias!! hehe..

    Adorei ver esse "cabra da peste" aqui!!!
    heheheeh

    Beijão, Vó

    ResponderExcluir

"Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária
Para aceitar as coisas que não podemos modificar,
Coragem para modificar aquelas que podemos,
E sabedoria para distinguir umas das outras".

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