"Meu filho dá-me teu coração, e deleitem-se os teus olhos nos meus caminhos" (Prov 23,26)
Os homens são como aquele grupo de turistas que decidira ir a uma alta montanha nunca escalada para descobrir a beleza, os segredos imensos e agrandeza do criador.
Após pouco tempo de árdua caminhada uma boa parte desiste, lembrando-se das facilidades do asfalto e comodidade da planície. Cansados, desistem da aventura desnecessária.
Outros continuam...Depois de uma boa marcha, já tendo alcançado um alto plano, uma segunda parte do grupo esgotou suas reservas. Não fazem questão de voltar. gostam da altura alcançada. Encantam-se com a vista bela que se lhes abre, acampam na relva abundante e tratam de comer suas boas provisões. Tudo é tão belo e envolvente que decidem não prosseguir.
Mas há o terceiro grupo, os que não perderam de vista o cimo da montanha, objetivo da sua caminhada. Desejosos de ir até o ponto mais alto, continuam e conhecem os mistérios da montanha, comtemplam a magnificência do CRIADOR.
Eis os três grupo::- os desanimados, os bem intencionados e os idealistas.
O maior dos ideias não se impõe sob ameça. Impondo-o, destruir-se-á a própria capacidade do homem.
O mais sublime no homem é livre. Por isso não pode haver lei de imposição para alguém escolher o ideal de servir exclusivamente a Deus, de conhecer-lhe algo dos adorados mistérios e de ser guia para que os homens descubram uma amizade tão divina.
Deus toma iniciativa e marca um encontro conosco. Ele nos "espera" no alto da montanha; revela-se desde as nuvens e só os que consentem em fazer-se simples O encontrarão lá em cima; só os que "entram" na sua presença será concedido poder sussurrar seu NOME.
Ter a consciência de que, mesmo que cheguemos até o mais alto da montanha, a vinda do Senhor será um presente gratuito que não dependerá de nosso esforço.
Estar atento para acertar o caminho da subida (difícil,exigente,perigos...). Não perder de vista a meta, o objetivo a alcançar.
Não permanecer ao pé da montanha com apenas o desejo do encontro com o Senhor, sem ânino para começar a subida. Deus tem algo para revelar a você. Ter uma única preocupação; encontrar-se com o Senhor; não se perder nas coisas, não se distrair com elas. Esvaziar-se, despojar-se...
À medida que subimos aumenta o SILÊNCIO, amplia-se a visão das redondezas, abrem-se novos horizontes.
Subida significa deixar nosso pequeno mundo, nossa visão estreita das coisas, deixar os ruídos, as pressas, o ativismo... Quem está no vale tem pouca visão da realidade. Olhar de cima com os olhos de Deus.
À medida que subimos, o ar vai se purificando, renovando o nosso interior. Saímos de um ambiaente contaminado e trazemos dentro de nós seus efeitos: ansiedades, tensões, ruídos, busca de eficácia imediata, superficialidade, individualismo...
Subir a Montanha supõe passar de uma impulsividade impaciente a uma atitude de ativa receptividade. A subida não é puro VOLUNTARISMO(esforço pessoal), mas "DEIXAR-SE CONDUZIR"...
Toda Montanha guarda segredos imensos, mas somente auqele que dela se aproximar os descobre.
Vamos nos encontrar não com um Deus fabricado à medida dos nossos desejos, mas com o PAI DE CRISTO JESUS.
Reflexão::-
1. É muito importante ter objetivos na vida, determinar o que se quer, onde se quer chegar. Quem caminha pela vida sem saber o que quer, corre o risco de perder-se ou nunca encontrar nada e nunca encontrar-se. Ter metas e estabelecer prioridades ajudam muito no próprio processo de crescimento pessoal. Também no caminho de fé, de encontro com Deus. Crescer e amadurecer espiritualmente exige responder às perguntas: o que quero? O que busco? Para que busco?
2. Ter metas e estabelecer prioridades não é tudo. É como decidir subir a montanha. Mas ninguém sobe a montanha se não se dispõe a andar, a caminhar, a aprender, a arriscar-se. Por isso, também é importante ter uma motivação, algo que move, que atrai. Se não tenho motivação, posso fazer belos planos, mas ficarão somente no papel. È necessário pôr em prática. Quantas vezes queremos ir além nos caminhos de Deus, mas não nos movemos pelos desejos que temos? Sem motivação não agimos.
3. Com metas e motivação podemos ir longe. O quanto podemos ir? Dependerá de como mantenho a motivação. São os desanimados, os bem intencionados e os idealistas do texto. Atingir metas, dispor-se a caminhar ou praticar algo, supõe riscos e dificuldades. Riscos e dificuldades são coisas da vida. Nunca cresceremos se não os enfrentarmos. Nunca descobriremos nossas capacidades se não superamos os obstáculos. Não cresceremos.
4. O encontro com Deus supõe uma disposição de minha parte de ir ao encontro dele. Eu não provoco o encontro. Eu me disponho. É Deus que vem ao meu encontro, em sua gratuidade. Deus me dá a liberdade de desejar encontrá-lo, de tomar a iniciativa de querer conhecê-lo e amá-lo. Mas Deus permanece sempre livre. Meu encontro com ele não está condicionado pela minha disposição. Deus não depende de mim para manifestar-se. Isso quer dizer que eu posso sempre ser surpreendido por Ele. Posso encontrá-lo não só na oração, mas em todas as situações da vida e em todas as pessoas e realidades.
5. O texto traz uma metáfora do “alpinista”, de alguém que está subindo uma montanha. Chegar ao cimo dela começou com um primeiro passo. Á medida que avança na montanha, vai vendo o mundo mais amplo. Assim também quando avançamos no caminho de Deus. Passamos a nos ver e a ver a realidade de outro modo. O encontro com Deus alarga o nosso horizonte. O encontro com Deus, se permaneço aberto, muda minha compreensão das coisas, da realidade. Não é a mesma a visão da base da montanha do que a visão do cimo da montanha. Não é a mesma a visão de quem conhece pouco de Deus e de quem caminha e cresce no conhecimento de Deus.
6. O texto fala do silêncio da montanha e do ar puro. Também na experiência de Deus. Conforme avançamos vamos necessitando de menos palavras. Basta estar com Deus. Conforme avançamos vamos sendo purificados.
7. Importante também é a última frase. Não fazer Deus ao nosso modo, mas conhecê-lo como Ele é. É Jesus Cristo quem nos revela quem é Deus, quem é o Pai. Deus não tem a nossa medida. Deus não pode ser enquadrado por mim. Ele é livre e imutável. Eu, ao contrário, posso mudar de vida se levo a sério o meu processo de crescimento espiritual.
Rosane
É, Rô,
ResponderExcluirtemos uma tendência de querermos moldar Deus as nossas vontades, esquecendo que ele é perfeito, enquanto nós.....
Outra coisa que não paramos pra fazer é nos prepararmos pra esse encontro com Ele... será que queremos chegar com as mãos vazias??
Têm agradecimento e uma surpresinha pra você lá em casa!
Abraço e boa tarde!
sempre muito bonito e sabio o que você posta...diferente de mim, né?! rs...rs
ResponderExcluira gente nao tem que imaginar Deus, temos aue aceita-lo e sermos gratos por toda a existencia, pois sem Ele nada somos.
beijos
Rô, não vamos procurar pela zona de conforto e ficarmos de braços cruzados. Mesmo a nós, se parecermos termos tudo, estarmos preparados para essa caminhada, ainda temos que ajudar nossos irmãos, não é mesmo? Lembra da frase? "Na caminhada para Deus, não vá sozinha"! Beijus
ResponderExcluirRosane gostei das reflexoes!
ResponderExcluirVocê tocou em muitos pontos importantes que a gente (e as religioes) normalmente negligencia.
Um Texto cheio de metáforas. Gosto disso. Saio com a impressao de que me alimentei por aqui. Valeu ter vindo.
Bj. Inté!
Vidal do Re-novidade