SANTO ANTÔNIO, SÃO JOÃO E SÃO PEDRO
As honras, no Ciclo Junino,são compartilhadas com mais fervor pelos três santos,
mas os mais antigos também louvam
São Paulo e São Gonçalo do Amarante.
Santo Antônio Casamenteiro
Antes de entrar na Ordem de Santo Agostinho e de São Francisco, ele era natural de Lisboa e se chamava Fernando de Bulhões. Na Ordem de São Francisco, em 1220, recebeu o nome de Antônio. Dedicou sua vida à caridade e ao amor , sendo canonizado pelo papa Gregório IX. Morreu aos 36 anos, em 13.06.1231, em Arcela, junto à cidade de Pádua. Foi elevado a santo antes de completar um ano de sua morte, ficando famoso como milagroso pelas graças alcançadas envolvendo o amor e o casamento.No Brasil, a primeira notícia que nos chega de Santo Antônio data de 1588, já que nos conventos dos franciscanos de Olinda havia culto dedicado ao santo. Há notícias que em 1595, a imagem chegou a Sergipe del Rei, numa nau capitânia de piratas. Esta imagem foi colocada na Igreja do Convento dos Franciscanos da Bahia.A identidade do povo com Santo Antônio se fez tão grande que foi natural o surgimento de ditos, piadas e versos contendo a irreverência do homem brasileiro.
"Santo Antônio pequenino
Amansador de burro bravo
Vem amarrar minha sogra
Que é levada do diabo"
"Santo Antônio me case já
Enquanto sou moça e viva
O milho colhido tarde
Nem da palha nem da espiga"
São João Batista, o anunciador de Cristo A data de seu nascimento é de 24 de junho. Filho de Isabel, esposa de Zacarias e prima de Maria, mãe de Jesus. Segundo a tradição, por milagre de Deus, Isabel e Zacarias geraram um filho, quando, pela idade, já nem pensavam mais que isto acontecesse. Para a Igreja Católica, a vinda deste filho teve um significado maior, o de preparar a vinda de Cristo. O João, como foi chamado, não só anunciou e preparou a vinda do Messias, mas o batizou nas águas do rio Jordão.Assim, quando se aproxima o dia do seu aniversário, é logo anunciado com o Acorda Povo - tradicional procissão, com danças e cânticos, às vezes profanos, que conduz a bandeira do santo, ao som de zabumbas e ganzás. Seu início é quase sempre a partir de zero hora e vai até o raiar do dia::-
Acorda meu povo,
vem ver a "acordação".
Acorda todo o povo
Que é primeiro de São João.
Os festejos de São João, entre nós, conforme Pereira da Costa, em Folk-lore pernambucano - subsídios para a história da poesia popular em Pernambuco, remontam aos primeiros anos da colonização, na primeira metade do século XVI , na narração do Fr. Vicente do Salvador, quando relata que os índios participavam dos festejos dos portugueses "com muita vontade, porque são muito amigos de novidades, como no dia de S. João Batista, por causa das fogueiras e capelas" Segundo ainda Pereira da Costa, os capelistas - homens e mulheres coroados de capelas de flores e folhas -, percorriam alegremente as estradas e ruas dos povoados, cantando toadas, dentre elas, a que possui o conhecido estribilho::-
É de São João;
É de cravo, é de rosas,
É de manjericão.
Antigamente esses bandos de capelistas, além de percorrer as ruas alegremente, encaminhavam-se, de preferência, para o banho na Cruz do Patrão, no istmo de Olinda, "cujas águas, quer as de mar, de um lado, quer as do rio Beberibe, do outro, gozavam na noite de São João de particular virtude de dar felicidades e venturas" ou ainda na praia de Fora de Portas, lugar também preferido e assim, na ida para os banhos sanjoanescos, cantavam::-
"Meu São João,
Eu vou me lavar,
E as minhas mazelasirei lá deixar"
E na volta:
"Ó meu São João,
Eu já me lavei;
E as minhas mazelas
No rio deixei".
Além dos banhos, as fogueiras noturnas nas festas de São João, o anunciador, "crepitando em torno de uma bananeira e que constituem uma de suas características principais, vêm dos germanos e escandinavos, em honra de Freya, como refere Theóphilo Braga; e segundo Oliveira Martins, vinham já do tempo de Strabão, e constituiam o culto celtibérico por excelência". Como já foi dito, entre nós, a tradição de acender fogueiras em louvor a São João, nos foi legada pela Igreja Católica, divulgada pelos jesuítas e franciscanos.
São Pedro e São Paulo
São Pedro e São Paulo
Para encerrar o Ciclo Junino, encontramos São Pedro e São Paulo, os mais modestos nas comemorações do povo, e algumas referências colhidas por Fernando Augusto Gonçalves Santos são interessantes: "no dia 29, dedicado a São Pedro, só acende fogueira na porta quem se chama Pedro ou quem for viúvo. Isso já provoca uma grande diminuição na movimentação festiva e torna mais simples o encerramento do ciclo junino. Não tem São Pedro merecido a freqüência de versos irreverentes, o que o torna muito mais ligado ao aspecto religioso que ao festivo. Isto não impede, entretanto, que lhe seja dado o apelido de "porteiro do céu", impedindo que os manhosos e mentirosos entrem, no céu sem poder. Seu nome está ligado à devoção das viúvas, isto porque diz a tradição que teria sido viúvo também. Como foi pescador antes de seguir Jesus, é também santo dos pescadores."São Paulo está ao lado de São Pedro nesse fim de festa, como diz o professor Leduar de Assis Rocha, acrescentando que, segundo a tradição católica, foi um dos fervorosos combatentes de Jesus, perseguindo os seguidores do cristianismo nascente, até o dia em que Jesus, perguntando-lhe por que tanto o perseguia, falou-lhe ao coração, transformando-o no amigo fiel, incondicional servidor e divulgador da doutrina cristã.
QUADRILHA JUNINA
Ao lado do sentimento religioso que o Ciclo Junino desperta na população, também o sentido de "festa" se amplia com as brincadeiras, as superstições e sobretudo com a musicalidade e a dança, expressões nítidas e fortes no jeito de ser nordestino.As festas juninas têm início no dia 19 de março, dia de São José, justamente quando se dá o plantio do milho, cereal básico de toda a culinária do período junino. E a partir de então percebe-se a movimentação de artistas que se dedicam, como compositores e intérpretes, ao forró, xaxado, coco e ciranda, divulgando suas músicas, seus grupos de danças típicas e seus shows. Paralelamente ao trabalho dos produtores culturais, a juventude também inicia o natural burburinho de ensaios de quadrilhas - a dança típica do ciclo junino.
ORIGEM
Originária das velhas danças populares das áreas rurais da Normandia e da Inglaterra, a quadrilha chega ao Brasil através dos mestres franceses Milliet e Cavalier, como uma das danças de salão preferidas pela nobreza do século XVIII e XIX.O pesquisador Lula Gonzaga diz textualmente que a quadrilha "tornou-se uma das mais animadas danças de salão da Europa, nos Estados Unidos e no Brasil durante o século XIX. Esta dança palaciana teve gosto na França no século XVIII, sendo muito popular na era napoleônica. Foi registrada na Inglaterra em 1815 e em Berlim em 1820. A data desta manifestação no Brasil foi possivelmente em 1820, quando sua presença era notada em festas palacianas em várias comemorações e até no carnaval.No Brasil, os grupos da elite imperial, que procuravam acompanhar o gosto europeu em termos de moda, leitura, danças, e até comida, trouxeram o costume daquele continente no início do século XIX."Esses costumes popularizaram-se de tal forma e em toda a parte, que perderam um pouco de sua pose aristocrática, saindo dos salões palacianos para ruas e clubes populares.continua...
FIM DE FESTA
As opiniões divergem bastante, entre os pesquisadores e até entre os organizadores de quadrilhas, mas o que importa, e independente da evolução e dinâmica que hoje se detecta no Ciclo Junino, é que a Festa do Fogo ainda aglutina, ainda provoca o sentimento de comunidade, de integração e, o que é mais importante, o sentimento de alegria, onde a dança, os gestos, o sorriso, a música - seja ela eletrônica ou com orquestra tradicional - determinam o jogo, a brincadeira, tão necessários à alma do ser humano, seja numa representação caricatural, seja ela tradicionalmente vinculada à espontaneidade do homem do campo.
Fonte de informção::-http://www3.recife.pe.gov.br/especiais/brincantes/3g.html
Imagens::Google imagens
No Receitinhas e dicas da vovó Rô, tem receitinhas e simpatias , tudo para festa juninas....
Não percam....
Adoro essas festas juninas, Rô! Ficou muito legal o post, como sempre, cheio de informações e coisas que eu ainda não sabia!
ResponderExcluirBeijão
Tá chegando o dia vou me esbaldar!!!
ResponderExcluirMuito tudo: forro canjica, pamonha, pé de moleque e milho, apesar de que eu como essas coisas o ano inteiro... acho que tenho um parentesco com galinha, só sendo... vai gostar de milho assim... rsrsrs
Bjs!
Oi Rô!
ResponderExcluirAqui no Mato Grosso as foqueiras são proibidas em razão do alto índice de queimadas nessa época do ano, mas ainda assim algumas pessoas desobedecem a norma da SEMA (Secretaria Estadual de Meio Ambiente) e acabando cultivando o hábito.
Quem respeita a lei faz fogueira ornamental, ou seja, não acende e dança quadrilha em volta dela.
E viva Santo Antônio, São João e São Pedro!
Eu adoro festa junina ;)
ResponderExcluirA minha vó faz aniversário no dia de São Pedro.
Beijos querida