Coisas do coração
As melhores maneiras de lidar com o ciúme!
Por Mácia AtikFalar do ciúme como sentimento é fácil. Assim como todos os sentimentos são normais, o ciúme também o é. Também já sabemos que devemos dar vazão a todos os sentimentos para que possamos elaborá-los. Contudo, nesse panorama existem alguns pontos que precisam ser notados num sentimento: sua origem, intensidade, a forma como reagimos a ele e a importância que isto tem no nosso cotidiano.
Segundo o escritor e pensador, Roland Barthes (1915-1980), o ciumento sofre quatro vezes, pois esse sentimento o exclui, o torna agressivo, o deixa louco e, por ser um sentimento banal, comum, pode-se ainda observar sua complexidade.
Isso acontece quando numa rápida consulta ao dicionário percebemos todas as suas nuances: dor, respeito, inveja, medo da perda, fraqueza, zelo e rivalidade. Por tudo isso ele nos torna refém de sua interpretação em nossa vida na busca da felicidade e realização amorosa.
Muitas pessoas não imaginam o amor sem ciúme, fazendo às vezes crer no lugar comum que amor e ciúme se completam (ou será que se destroem?).
As primeiras manifestações de ciúme podem ocorrer já na primeira infância quando chega o irmãozinho e o afeto e a atenção serão divididos. Podemos também falar do ciúme ligado à posse que também faz parte do desenvolvimento psicossexual. Pois desenvolver o sentido do `isso é meu!´ traduz a necessidade de limites e espaços.
Poderia também descrever o desenvolvimento psicossexual nas fases de ciúmes que são importantes, desde que não empaquem a desenvoltura pessoal e sejam incorporados na personalidade como um ganho.
A própria arte, por meio da música, poesia e mitologia se aproximam muito desse tema, seja mostrando sua presença em nossas vidas ou seus mistérios.
Após Freud, podemos classificar o ciúme em duas categorias: o ciúme normal, esse que acabo de descrever, e o neurótico ou paranóico, delírio puro.
Mas de concreto e prático devemos nos atentar ao sofrimento não só do ciumento, mas também da pessoa amada, pois esse sofrimento é a medida que anuncia a normalidade ou não desse sentimento.
Num relacionamento tanto afetivo quanto de amizade devemos dar espaço a crises de todos os tipos, inclusive de ciúme. Mas ela deve estar circunscrita a fatos reais, pois a fragilização que uma crise permite a visita de fantasmas passados que se misturam aos traumas e aos fatos provocando uma mistura explosiva. É muito importante que cada um de nós saiba como lidar em nossa própria história com esse sentimento.
Para variar, quando se fala de emoções, não há fórmula mágica, porém atenção e compreensão a alguns detalhes ajudam bastante.
Em primeiro lugar cuidar-se, admitindo o ciúme como um conteúdo seu e não do outro, entendendo o que desencadeia o sentimento e qual foi a situação real que o provocou.
Falar abertamente de uma dor tem efeito analgésico e auxilia na diminuição do sofrimento, trazendo paz suficiente para que se elabore melhor as dificuldades e medos.
De qualquer forma, o ciúme é sempre um sinal de alerta barulhento e atordoante.
Não admiti-lo é perder a chance de refletir e recuperar o que realmente nos é caro ou o outro que pode ser vítima de nosso desassossego e, principalmente, recuperar parte de nós mesmos que estão se perdendo dando um valor maior a tudo e a todos, maior do que damos a nós mesmos.
Apesar de tanta exposição ainda ficamos perplexos com tantas possibilidades que a vida afetiva nos dá de dor e prazer.
Mas antes devemos perceber que esse é o grande estímulo da vida, ou seja, seu movimento em busca do paraíso perdido. Oxalá não encontremos para que nunca desistamos de buscá-lo.
*Márcia Atik é psicóloga, terapeuta sexual e membro do Centro de Estudos e Pesquisas em Comportamento e Sexualidade (CEPCOS).
Para conversar com a especialista enviar sua dúvida, escreva para editora@maisde50.com.br
Se eu fosse pensar em ciúme, com certeza não estaria mais casada.
Meu marido é uma pessoa muito cativante e carismática.
É claro que lá no mais profundo do meu intimo eu tenho um pouquinho de ciúmes. Mas nada que prejudique nosso relacionamente.
Beijos e beijos de bom dia!
Rosane!
Não gosto de sentir ciúmes, me faz mal. Tento não ser ridícula, porque é comum as pessoas fazerem papelão...bom senso é tudo. E também nunca fui de dar "showzinho"...minha menina mais velha sofre de ciúmes, de mim, do pai, dos irmãos...fico com dó. Beijocas.
ResponderExcluirVoinha, confesso! Tenho ciúmes sim, rsrs...
ResponderExcluirMas não é louco, louco, não... rsrs...
Beijos te amooo