Blogagem Coletiva - Minha melhor memória de Natal -

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Este post faz parte da blogagem coletiva do Blog Minhas Memórias da amiga Mylla Galvão

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Essa era a minha Boneca Amiguinha da Estrela
A minha tinha o vestido todo branco e de organza.
Cabeça de boracha e corpo de porcelana.

Minha melhor memória de Natal

Tinha eu cinco anos de idade mais ou menos, e quase chegando o Natal.
Criança, curiosa que só, esperando meu pai chegar do trabalho vi quando subiu as escadas de casa com um enorme pacote nas mãos.
Claro que minha curiosidade me fez perguntar o que é que era aquilo e papai dando uma de bravo porque não era. Papai era doce e meigo, meu melhor amigo a vida toda o foi.
Ele entrou foi até o quarto fechou a porta, claro para eu não ver onde iria guardar o enorme pacote.E eu fiquei sem resposta. Que raiva!!!
No dia seguinte esperei ele sair para o trabalho, corri para o quarto olhei por tudo menos atrás do guarda roupa, minha cabecinha não dava pra tanto.
Os dias foram se arrastando até chegar o grande dia.
Em minha casa sempre fizemos a ceia de Natal.
O dia amanheceu lindo. Lembro que não conseguia brincar com meus primos que vinham de São Paulo para passar conosco as festas de fim de ano.
Minha mente girava em torno de um só pensamento e eu me perguntava:
- Será que aquele pacotão é minha boneca?
Não, papai não tem tanto dinheiro para comprar presente tão caro.
Os tempos eram difíceis, nós éramos de família simples, não pobre, mas simples. Meu pai e minha mãe trabalhavam na Estrada de Ferro Paulista, ganhavam o suficiente para viver com dignidade, mas não para comprar um presente caro como uma boneca enorme, que era exatamente a que eu mais queria.
Enfim, a noite chegou, todos muito bem arrumadinhos para a missa do galo e depois... depois é que vinha a melhor parte do dia para todas as crianças, a distribuição dos presentes.
Papai entrou no quarto, fechou a bendita porta novamente e eu fiquei esperando do lado de fora, quase morrendo de curiosidade. De repente ele abre a porta e me sai de lá com um pacotinho bem menor do que aquele que eu o vi chegando naquela tarde e me entregou.
Você pode até imaginar a minha carinha de tristeza. Peguei aquele pequenino pacote em comparação ao outro, abri e dentro dele havia um bebezinho de pano com a cabeça de porcelana, muito lindo que o guardo até hoje. Fiquei triste, mas sabia que papai não tinha dinheiro para comprar a enorme boneca de nome AMIGUINHA, que eu tinha pedido quando fui com ele ao centro comercial e a vi na vitrina de uma loja.
Papai sempre me fazia grandes surpresas. Passou alguns minutos, eu já conformada com meu bebezinho nos braços, ele me chamou pediu que fosse até o quarto dele pegar alguma coisa, não me lembro o que. Fui até o quarto e quando abri a porta e a luz do abujur de cabeceira estava acesa. Em cima da cama sentadinha e maravilhosa estava a minha boneca, a minha AMIGUINHA.
Voltei para a sala de jantar abracei, beijei, agradeci chorando o meu tão esperado presente.
A boneca eu a guardei até bem pouco tempo hoje ela deve fazer parte de algum colecionador, quando a dei ela estava totalmente consevada. Me arrependo profundamente de tê-la doado. Mas ao mesmo tempo sei que deve estar em boas mãos e também fez alguma criança feliz tãnto quanto eu fui.
Das lembranças dos meus Natais essa foi a que mais me tocou.
Com papai aprendi tudo o que sou hoje. Aprendi a ter fé, a ter esperança e a saber esperar o tempo certo para tudo.Mais do que tudo isso, aprendi a amar sem medida.

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Beijos para você!
Tenha um lindo e glorioso dia!
Rosane!