Yoshiko: 'Estamos bem no Brasil, temos de fazer festa mesmo'
Para homenagear os 100 anos da Imigração Japonesa escolhi entre as várias matérias publicadas no Estadão.com.br, está que me tocou muito, uma maneira de agradecer ao Brasil em forma de poesia. Mas quem tem a agradecer somos nós por tanto que esse povo maravilhoso e guerreiro nos ensinou e nos ensina.
Para homenagear os 100 anos da Imigração Japonesa escolhi entre as várias matérias publicadas no Estadão.com.br, está que me tocou muito, uma maneira de agradecer ao Brasil em forma de poesia. Mas quem tem a agradecer somos nós por tanto que esse povo maravilhoso e guerreiro nos ensinou e nos ensina.
Vejam que que lição de vida::-
Força e leveza em forma de poesia
'Melhor do que parente longe é o calor do vizinho', ensina Yoshiko Hanashiro, de 100 anos, 80 no Brasil
SÃO PAULO - Olhar para Yoshiko Hanashiro é como estar diante de uma fortaleza, tal o vigor que emana de seu corpo franzino. Ao mesmo tempo, ficar ao seu lado traz inexplicável leveza. Talvez sugerida pelas canções que entremeiam nossa conversa.
E é com uma música que conta sua vida no Brasil. A poesia, em japonês, foi feita por ela e diz:
'Melhor do que parente longe é o calor do vizinho', ensina Yoshiko Hanashiro, de 100 anos, 80 no Brasil
SÃO PAULO - Olhar para Yoshiko Hanashiro é como estar diante de uma fortaleza, tal o vigor que emana de seu corpo franzino. Ao mesmo tempo, ficar ao seu lado traz inexplicável leveza. Talvez sugerida pelas canções que entremeiam nossa conversa.
E é com uma música que conta sua vida no Brasil. A poesia, em japonês, foi feita por ela e diz:
"Nasci no interior de Okinawa, eu era como um lírio branco. Para depender só de um marido, para este distante Brasil eu vim. País extenso com gente de coração muito bom. Assim, aprendi que melhor do que parente longe é o calor do vizinho, ainda que desconhecido."
Ela afirma que o Centenário da Imigração deve ser comemorado. "Estamos bem no Brasil, temos de fazer festa mesmo." Para as futuras gerações, deixa um recado:
"Que cada um saiba ficar de pé sozinho, sem resmungar."
Sábias palavras vindas de uma mulher que deixou sua terra natal e se manteve de pé por todos estes anos.
Nascida em Nagô-Shi, Okinawa, a professora Yoshiko se casou, aos 19 anos, com Seian Hanashiro, que já estava no Brasil. A família viu a união com bons olhos: Seian descendia da casta Shikozu, a mais culta dos samurais. Era diplomado e ministrava aulas de japonês para os filhos de imigrantes em Itariri, no Interior. Yoshiko chegou com 20 anos, preparada para trabalhar. "Meu marido tinha me avisado para vir com esse espírito."
Ela não se fez de rogada. Abriu uma pensão e criou a Associação Feminina de Itariri, que desenvolvia atividades filantrópicas e sociais. "Ela é uma pessoa determinada", conta a nora, Lila Hanashiro. "Também é muito alegre."
A família é sua grande paixão. Ela fica triste quando não consegue tomar o café com todos à sua volta. Yoshiko teve 11 filhos - 8 estão vivos - e sua alegria se completa com 20 netos e 9 bisnetos. O período mais sofrido na vida dela foi quando teve de ficar longe dos filhos. Em 1939, Yoshiko e o marido decidiram ir ao Japão para que os seis filhos que tinham na época pudessem estudar. Quando voltaram ao Brasil, trouxeram apenas o mais novo. Veio a guerra e o casal só tornou a ver os outros dez anos depois. Também nessa época, quiseram prender Seian por espionagem. Ela defendeu o marido.
"Não pensava em chegar aos 100", diz Yoshiko, que fez aniversário em abril. "Parece um sonho."
Nascida em Nagô-Shi, Okinawa, a professora Yoshiko se casou, aos 19 anos, com Seian Hanashiro, que já estava no Brasil. A família viu a união com bons olhos: Seian descendia da casta Shikozu, a mais culta dos samurais. Era diplomado e ministrava aulas de japonês para os filhos de imigrantes em Itariri, no Interior. Yoshiko chegou com 20 anos, preparada para trabalhar. "Meu marido tinha me avisado para vir com esse espírito."
Ela não se fez de rogada. Abriu uma pensão e criou a Associação Feminina de Itariri, que desenvolvia atividades filantrópicas e sociais. "Ela é uma pessoa determinada", conta a nora, Lila Hanashiro. "Também é muito alegre."
A família é sua grande paixão. Ela fica triste quando não consegue tomar o café com todos à sua volta. Yoshiko teve 11 filhos - 8 estão vivos - e sua alegria se completa com 20 netos e 9 bisnetos. O período mais sofrido na vida dela foi quando teve de ficar longe dos filhos. Em 1939, Yoshiko e o marido decidiram ir ao Japão para que os seis filhos que tinham na época pudessem estudar. Quando voltaram ao Brasil, trouxeram apenas o mais novo. Veio a guerra e o casal só tornou a ver os outros dez anos depois. Também nessa época, quiseram prender Seian por espionagem. Ela defendeu o marido.
"Não pensava em chegar aos 100", diz Yoshiko, que fez aniversário em abril. "Parece um sonho."
Veja também estas matérias::-
Para celebrar o Centenário da Imigração Japonesa
Uma apaixonante vontade de viver
Em um lugar longínquo, a chance de ser feliz
Voltar ao Japão? Nem a passeio
No Brasil, para fazer a vida e fugir da guerra
Especial: A viagem inaugural
Fonte de informação::-http://www.estadao.com.br/suplementos/not_sup177505,0.htm
Deixo está lenda ou conto japonês para sua reflexão::-
A Lenda de Kaguya Hime
Há muito, muito tempo, existia um velhinho e uma velhinha, que viviam juntos numa casa no meio da floresta. Eles eram muito pobres e solitários, pois não tinham filhos para criar. O velhinho era conhecido pelo nome de Cortador de Bambus, pois, todos os dias, ele saía cedo para cortar bambus na floresta. Os dois faziam cestas e chapéus para vender e ganhar algum dinheiro. Um belo dia, enquanto estava na floresta, o velhinho avistou um broto de bambu, que brilhava, com uma luz muito intensa. Ele ficou espantado, pois, em anos e anos de trabalho, nunca havia visto algo como aquilo. Muito curioso, ele cortou o bambu e mal pôde acreditar no que viu. "Uma menina, uma menina! Tão pequena e tão linda, só pode ser um presente de Deus!".
Ele levou a pequena menina na palma de uma de suas mãos para casa. Ao ver a menina, a velhinha também ficou muito contente e eles resolveram que o nome dela seria Kaguya Hime (Princesa Radiante).
A partir daquele dia, o velhinho passou a encontrar outros bambus brilhantes na floresta. Mas, ao invés de uma menina, eles continham moedas de ouro. Assim, a vida do casal melhorou e eles não precisavam mais produzir cestos para sobreviver. Eles creditaram o milagre à chegada de sua linda filha.
Kaguya Hime crescia muito rápido e a cada dia parecia mais bonita. Em apenas três meses, ela já tinha o tamanho de uma criança de oito anos. Ninguém poderia acreditar que uma pessoa tão bonita pertencesse a este mundo.
Logo os comentários sobre a beleza da Kaguya Hime se espalharam e vinham jovens de todos os cantos do país para conhecê-la. Todos queriam se casar com Kaguya, mas ela não queria se casar com ninguém. "Quero ficar ao lado de vocês dois", dizia a jovem para seus pais. Mas cinco jovens nobres, de posições importantes, foram mais persistentes. Eles acamparam em frente à casa de Kaguya Hime e pediam uma chance a ela.
Preocupado, o velhinho chamou Kaguya e disse: "Minha filha, eu gostaria muito de ter você sempre por perto, mas acho justo que se case. Escolha um dentre os cinco rapazes que estão acampados aqui". Assim, a linda jovem decidiu. "Eu me casarei com aquele que me trouxer o objeto mágico que pedirei"
Um colar feito com os olhos de um dragão, um vaso feito com pedras dos deuses que nunca se quebra, um manto de pele de animal forrado de ouro, um galho que faz crescer pedras preciosas, um leque que brilha como a luz do sol e uma concha que a andorinha põe junto com seus ovos. Estes foram os objetos que Kaguya Hime pediu.
O velhinho levou os pedidos de Kaguya aos pretendentes acampados. Ele sabia que seria muito difícil conseguirem obter tais objetos. Qual não foi sua surpresa quando, ao final de alguns meses, todos os pretendentes trouxeram os presentes para Kaguya. Mas, quando eles foram obrigados a entregá-los a jovem, todos admitiram que os presentes eram falsos, pois conseguir os verdadeiros era uma missão muito difícil. E assim, nenhum deles obteve êxito.
Quatro primaveras haviam se passado desde que Kaguya fora encontrada no broto de bambu. Mas ela ficava mais triste a cada dia. Noite após noite, Kaguya Hime olhava para a lua, suspirando. Preocupado, o velhinho um dia perguntou: "Por que está tão triste minha filha?". "Eu gostaria de ficar aqui para sempre, mas logo devo retornar", disse a jovem." "Retornar, mas para onde? O seu lugar é aqui conosco, nunca deixaremos você partir", disse o pai aflito." "Este não é o meu reino, eu sou uma princesa de Reino da Lua e, na próxima lua cheia, eles virão me buscar".
Muito assustados com a reveladora confissão de Kaguya Hime, os velhinhos decidiram pedir ajuda ao príncipe do reino onde viviam. O príncipe ajudou e enviou muitos guardas para vigiarem a casa do casal. Um verdadeiro exército foi formado.
No dia seguinte, a temida noite de lua cheia chegou. A casa estava tão vigiada que parecia impossível alguém conseguir levar Kaguya Hime. De repente, uma enorme luz surgiu no céu, como se milhares luas estivessem presentes ao mesmo tempo.
A luz era tão intensa que ninguém conseguiu enxergar a carruagem que descia, guiada por um grande cavalo alado e muitas pessoas bem vestidas. Depois de algum tempo, quando a luz diminuiu, a carruagem já estava voando, em direção à lua. Kaguya Hime não estava mais presente, ela fora junto com a comitiva.
Os velhinhos ficaram muito tristes, inconformados. Voltaram ao quarto de Kaguya e encontraram um potinho, presente da filha querida. Ela havia deixado um pó mágico, que garantiria a vida eterna para os dois.
Mas, sem sua filha amada, os velhinhos não queriam viver para sempre. Eles recolheram todos os pertences de Kaguya e levaram para o monte mais alto do Japão. Lá, queimaram tudo, junto com o pó mágico deixado pela jovem. Uma fumacinha branca subiu ao céu naquele dia.
A montanha era o Monte Fuji. Dizem que até hoje é possível ver a fumacinha subindo e subindo.
Ele levou a pequena menina na palma de uma de suas mãos para casa. Ao ver a menina, a velhinha também ficou muito contente e eles resolveram que o nome dela seria Kaguya Hime (Princesa Radiante).
A partir daquele dia, o velhinho passou a encontrar outros bambus brilhantes na floresta. Mas, ao invés de uma menina, eles continham moedas de ouro. Assim, a vida do casal melhorou e eles não precisavam mais produzir cestos para sobreviver. Eles creditaram o milagre à chegada de sua linda filha.
Kaguya Hime crescia muito rápido e a cada dia parecia mais bonita. Em apenas três meses, ela já tinha o tamanho de uma criança de oito anos. Ninguém poderia acreditar que uma pessoa tão bonita pertencesse a este mundo.
Logo os comentários sobre a beleza da Kaguya Hime se espalharam e vinham jovens de todos os cantos do país para conhecê-la. Todos queriam se casar com Kaguya, mas ela não queria se casar com ninguém. "Quero ficar ao lado de vocês dois", dizia a jovem para seus pais. Mas cinco jovens nobres, de posições importantes, foram mais persistentes. Eles acamparam em frente à casa de Kaguya Hime e pediam uma chance a ela.
Preocupado, o velhinho chamou Kaguya e disse: "Minha filha, eu gostaria muito de ter você sempre por perto, mas acho justo que se case. Escolha um dentre os cinco rapazes que estão acampados aqui". Assim, a linda jovem decidiu. "Eu me casarei com aquele que me trouxer o objeto mágico que pedirei"
Um colar feito com os olhos de um dragão, um vaso feito com pedras dos deuses que nunca se quebra, um manto de pele de animal forrado de ouro, um galho que faz crescer pedras preciosas, um leque que brilha como a luz do sol e uma concha que a andorinha põe junto com seus ovos. Estes foram os objetos que Kaguya Hime pediu.
O velhinho levou os pedidos de Kaguya aos pretendentes acampados. Ele sabia que seria muito difícil conseguirem obter tais objetos. Qual não foi sua surpresa quando, ao final de alguns meses, todos os pretendentes trouxeram os presentes para Kaguya. Mas, quando eles foram obrigados a entregá-los a jovem, todos admitiram que os presentes eram falsos, pois conseguir os verdadeiros era uma missão muito difícil. E assim, nenhum deles obteve êxito.
Quatro primaveras haviam se passado desde que Kaguya fora encontrada no broto de bambu. Mas ela ficava mais triste a cada dia. Noite após noite, Kaguya Hime olhava para a lua, suspirando. Preocupado, o velhinho um dia perguntou: "Por que está tão triste minha filha?". "Eu gostaria de ficar aqui para sempre, mas logo devo retornar", disse a jovem." "Retornar, mas para onde? O seu lugar é aqui conosco, nunca deixaremos você partir", disse o pai aflito." "Este não é o meu reino, eu sou uma princesa de Reino da Lua e, na próxima lua cheia, eles virão me buscar".
Muito assustados com a reveladora confissão de Kaguya Hime, os velhinhos decidiram pedir ajuda ao príncipe do reino onde viviam. O príncipe ajudou e enviou muitos guardas para vigiarem a casa do casal. Um verdadeiro exército foi formado.
No dia seguinte, a temida noite de lua cheia chegou. A casa estava tão vigiada que parecia impossível alguém conseguir levar Kaguya Hime. De repente, uma enorme luz surgiu no céu, como se milhares luas estivessem presentes ao mesmo tempo.
A luz era tão intensa que ninguém conseguiu enxergar a carruagem que descia, guiada por um grande cavalo alado e muitas pessoas bem vestidas. Depois de algum tempo, quando a luz diminuiu, a carruagem já estava voando, em direção à lua. Kaguya Hime não estava mais presente, ela fora junto com a comitiva.
Os velhinhos ficaram muito tristes, inconformados. Voltaram ao quarto de Kaguya e encontraram um potinho, presente da filha querida. Ela havia deixado um pó mágico, que garantiria a vida eterna para os dois.
Mas, sem sua filha amada, os velhinhos não queriam viver para sempre. Eles recolheram todos os pertences de Kaguya e levaram para o monte mais alto do Japão. Lá, queimaram tudo, junto com o pó mágico deixado pela jovem. Uma fumacinha branca subiu ao céu naquele dia.
A montanha era o Monte Fuji. Dizem que até hoje é possível ver a fumacinha subindo e subindo.
Colaboradora::- Jornalista Erica Noda
Hoje tem comidinha japonesa lá no Receitinhas e dicas da vovó Rô!
Não percam...
Oi Rô eu é que agradeço sua visita, e pode deixar que voltarei sempre sim. E que lindo conto!
ResponderExcluirInté!!
Seu blog continua sempre interessante. Parabéns pela escolha dos temas. Eu tenho estado muito atarefada, quase não me sobra tempo para os blogs. Vou ver se nas férias publico um pouco mais.
ResponderExcluirObrigada pelo interesse no livro. Não sei se será vendido em livrarias. Acho até que não, mas publiquei o endereço da gráfica editora. É este:
Gráfica e Editra Lastro
Rua Mal. Mallet, 900 - fone 3353-3729
lastro@qwnet.com.br
Beijos, querida amiga!
As velhinhas japonesas são muito fofas, na praça aqui perto de casa tem várias que vêm fazer exercício de manhã ..
ResponderExcluirAdoro a cultura oriental !!
Vovó Rô, que saudade de vir aqui, cheguei atrasado pro aniversáro, mas espero que tenha sobrado um farelinho de bolo, hahaha ..
Mesmo assim, desejo todas as coisas boas que você merece e que com certeza não lhe faltam, pois você é uma pessoinha especial !!
Brigadão pelo carinho de sempre, eu fiquei um pouco afastado da blogosfera, mas deu saudade, e suas palavras me fizeram muito bem ..
Beijão, minha vovó virtual, rs (mas o carinho que sinto é real, muito real !!) =D
Tem mesmo muito o que se comemorar, afinal sair da terra natal, sendo esta do outro lado do Mundo não é qualquer um que tem coragem... Eu não sei se teria coragem de sair do RJ, imagina do País...
ResponderExcluirBêjo! =)
Que lenda triste essa. Mas acho que essas lendas, a da Mandioca também é triste, são assim mesmo. Parabéns ao povo imigrante japonês. Morei 9 meses no bairro da Liberdade e gostava de lá. Bjks!
ResponderExcluirOi Rô!!
ResponderExcluirBelo post. Adorei! Temos mesmo que comemorar a vinda desse povo maravilhoso para cá, homenagear a coragem deles. Para nós foi muito bom, ganhamos muito com a cultura desse povo, cheia de sabedoria. Também adoro a cultura oriental.
Beijos!!! :-)