Continuando a pesquisa que fiz sobre a Pácoa, hoje vamos resgatar uma antiga tradição quase que esquecida, digo quase pois ainda na graça de Deus essa tradição se faz presente em algumas cidades do nosso país.
Uma dessas cidades é Itu , localizada no interior do estado de São Paulo, próxima de minha terra natal Campinas.
Lá há alguns anos foi resgatada essa antiga tradição. Espero que vocês leiam toda a matéira como sinal de uma boa reflexão para os dias que se seguem.
Para melhor entender - O que é Ofício das trevas ?
Semana Santa em Itu - Ofício das Trevas e Procissão de Passos
Semana Santa em Itu é a mais tradicional do estado de São Paulo
A mais tradicional celebração da Paixão de Cristo no Estado de São Paulo acontece em Itu há mais de duzentos anos. Solenidades e rituais religiosos que datam do século XVIII e XIX, como a Procissão dos Passos e o Ofício de Trevas, são importantes ícones da tradição católica brasileira e marcam a identidade cultural ituana. O Ofício de Trevas ou Liturgia das Horas constitui a oração oficial da Igreja e é baseado nos 150 salmos da Bíblia rezados pelos sacerdotes diariamente. Na Semana Santa, mais precisamente no Tríduo Pascal (5ª, 6ª e sábado santos), o Ofício Divino reveste-se de uma nota toda especial. A Igreja estuda e medita tudo o que sente, sofre, louva ou agradece no dia seguinte, enquanto, em sinal de tristeza, pouco a pouco se apagam todas as luzes. Durante a cerimônia contemplam-se a Paixão de Jesus, sua crucificação e a esperança da ressurreição. As lições são interrompidas pelos responsórios que são cantados pelo coro. Um candelabro central sustenta quinze velas, que são apagadas à medida que se vai meditando cada passo da cerimônia. Ao final do ofício, durante o Cântico de Zacarias, chamado “Benedictus”, uma única vela restou acesa no vértice do candelabro triangular, representando Jesus Cristo. Essa última vela é retirada e escondida atrás do altar, como se por alguns dias Cristo se deixasse vencer pelos poderes das trevas, para depois as vencer com maior esplendor, no sábado santo, quando pouco a pouco, as luzes reaparecem acesas no círio pascal, sinal do Cristo ressuscitado. A restauração e revisão das partituras foram feitas durante o ano de 2002 por Vinicius Gavioli e Luís Roberto de Francisco. Aos nove Responsórios que compõem os três Noturnos acrescentaram a peça Christus factus est, das Laudes de Quinta Feira Santa, recriando a atmosfera solene adequada à cerimônia. Recuperar o Ofício de Trevas é reviver símbolos de nossa herança cultural, esse rico acervo imaginário que nos une, nos dá identidade e nos fortalece a fé.
Semana Santa em Itu é a mais tradicional do estado de São Paulo
A mais tradicional celebração da Paixão de Cristo no Estado de São Paulo acontece em Itu há mais de duzentos anos. Solenidades e rituais religiosos que datam do século XVIII e XIX, como a Procissão dos Passos e o Ofício de Trevas, são importantes ícones da tradição católica brasileira e marcam a identidade cultural ituana. O Ofício de Trevas ou Liturgia das Horas constitui a oração oficial da Igreja e é baseado nos 150 salmos da Bíblia rezados pelos sacerdotes diariamente. Na Semana Santa, mais precisamente no Tríduo Pascal (5ª, 6ª e sábado santos), o Ofício Divino reveste-se de uma nota toda especial. A Igreja estuda e medita tudo o que sente, sofre, louva ou agradece no dia seguinte, enquanto, em sinal de tristeza, pouco a pouco se apagam todas as luzes. Durante a cerimônia contemplam-se a Paixão de Jesus, sua crucificação e a esperança da ressurreição. As lições são interrompidas pelos responsórios que são cantados pelo coro. Um candelabro central sustenta quinze velas, que são apagadas à medida que se vai meditando cada passo da cerimônia. Ao final do ofício, durante o Cântico de Zacarias, chamado “Benedictus”, uma única vela restou acesa no vértice do candelabro triangular, representando Jesus Cristo. Essa última vela é retirada e escondida atrás do altar, como se por alguns dias Cristo se deixasse vencer pelos poderes das trevas, para depois as vencer com maior esplendor, no sábado santo, quando pouco a pouco, as luzes reaparecem acesas no círio pascal, sinal do Cristo ressuscitado. A restauração e revisão das partituras foram feitas durante o ano de 2002 por Vinicius Gavioli e Luís Roberto de Francisco. Aos nove Responsórios que compõem os três Noturnos acrescentaram a peça Christus factus est, das Laudes de Quinta Feira Santa, recriando a atmosfera solene adequada à cerimônia. Recuperar o Ofício de Trevas é reviver símbolos de nossa herança cultural, esse rico acervo imaginário que nos une, nos dá identidade e nos fortalece a fé.
Tristão, um importante resgate da música barroca
Coleção de Ester do Amaral Gurgel
Homens da corte ituana. (Tristão é o segundo da direita para a esqueda, em pé)
Tristão Mariano da Costa (1846-1908) fez parte da geração mais atuante de compositores ituanos, que teve início com Elias Lobo, seu cunhado e mestre. Tristão assumiu o cargo de Mestre-de-Capela da Matriz de Itu em 1872 onde permaneceu até 1908. Viveu também em Jaú e Piracicaba.
O ituano ficou mundialmente conhecido pelas oito missas e toda a Semana Santa que escreveu. Suas peças eram escritas para coro, órgão, orquestra e solistas bastante influenciados pelo estilo de seu mestre – Elias Lobo - e de compositores românticos italianos, sobretudo Rossini, Verdi e Mercadante.
Tristão também foi vereador, professor e músico: um cidadão extremamente atuante na segunda metade do século XIX em Itu.
A obra musical Matinas de Quarta Feira Santa A obra, intitulada Matinas de Quarta Feira Santa, foi escrita por Tristão para a Semana Santa da Paróquia de Itu em 1876. A Antífona inicial Zelus Domus, por exceção, foi escrita pelo autor. São nove responsórios, três para cada noturno. São intitulados: In monte Oliveti; Tristis est anima mea; Ecce vidimus; Amicus meus; Judas mercator; Unus; Eram quase agnus; Una hora; Seniores populi. Cada responsório foi escrito com três partes e deve ser executado no formato A B C B. Foi acrescida à partitura a peça Christus factus est, das Laudes da quinta feira santa, extraída para adaptação à cerimônia, em 2003. A restauração, cópia e revisão da peça foi realizada por Vinicius Gavioli e Luís Roberto de Francisco.
Tristão Mariano da Costa Júnior
Tristão Mariano da Costa Júnior (1880-1935), foi um dos maiores compositores ituanos no século XX. Filho do Maestro Tristão Mariano da Costa e da cantora Maria Augusta da Costa, e sobrinho do compositor Elias Lobo, ele seguiu os passos da sua família de compositores. Escreveu, sobretudo, música de seresta (valsas, tangos, schottischs e polcas).
Tristão Júnior dedicou-se também ao magistério. Foi professor de Música no Colégio São Luís, no Instituto Borges e no Ginásio do Estado (Escola Regente Feijó). Tornou-se uma referência no ambiente artístico ituano, seja como compositor, como seresteiro ou como mestre de capela da Igreja Matriz. Foi casado com Esther Sampaio e faleceu aos 55 anos, deixando uma filha, Maria José, que vive no Rio de Janeiro.
Coleção de Ester do Amaral Gurgel
Homens da corte ituana. (Tristão é o segundo da direita para a esqueda, em pé)
Tristão Mariano da Costa (1846-1908) fez parte da geração mais atuante de compositores ituanos, que teve início com Elias Lobo, seu cunhado e mestre. Tristão assumiu o cargo de Mestre-de-Capela da Matriz de Itu em 1872 onde permaneceu até 1908. Viveu também em Jaú e Piracicaba.
O ituano ficou mundialmente conhecido pelas oito missas e toda a Semana Santa que escreveu. Suas peças eram escritas para coro, órgão, orquestra e solistas bastante influenciados pelo estilo de seu mestre – Elias Lobo - e de compositores românticos italianos, sobretudo Rossini, Verdi e Mercadante.
Tristão também foi vereador, professor e músico: um cidadão extremamente atuante na segunda metade do século XIX em Itu.
A obra musical Matinas de Quarta Feira Santa A obra, intitulada Matinas de Quarta Feira Santa, foi escrita por Tristão para a Semana Santa da Paróquia de Itu em 1876. A Antífona inicial Zelus Domus, por exceção, foi escrita pelo autor. São nove responsórios, três para cada noturno. São intitulados: In monte Oliveti; Tristis est anima mea; Ecce vidimus; Amicus meus; Judas mercator; Unus; Eram quase agnus; Una hora; Seniores populi. Cada responsório foi escrito com três partes e deve ser executado no formato A B C B. Foi acrescida à partitura a peça Christus factus est, das Laudes da quinta feira santa, extraída para adaptação à cerimônia, em 2003. A restauração, cópia e revisão da peça foi realizada por Vinicius Gavioli e Luís Roberto de Francisco.
Tristão Mariano da Costa Júnior
Tristão Mariano da Costa Júnior (1880-1935), foi um dos maiores compositores ituanos no século XX. Filho do Maestro Tristão Mariano da Costa e da cantora Maria Augusta da Costa, e sobrinho do compositor Elias Lobo, ele seguiu os passos da sua família de compositores. Escreveu, sobretudo, música de seresta (valsas, tangos, schottischs e polcas).
Tristão Júnior dedicou-se também ao magistério. Foi professor de Música no Colégio São Luís, no Instituto Borges e no Ginásio do Estado (Escola Regente Feijó). Tornou-se uma referência no ambiente artístico ituano, seja como compositor, como seresteiro ou como mestre de capela da Igreja Matriz. Foi casado com Esther Sampaio e faleceu aos 55 anos, deixando uma filha, Maria José, que vive no Rio de Janeiro.
A Associação Cultural Vozes de Itu mantém seu compromisso de trabalhar para o reavivamento dos valores culturais e musicais ituanos, acreditando que é este o caminho a ser trilhado por uma gente que conhece sua história, a valoriza e aprende com ela a se transformar e se afirmar como coletividade.
Fonte de informação Itú.Com.Br - http://www.itu.com.br/noticias/detalhe.asp?cod_conteudo=12461
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"Concedei-nos, Senhor, a serenidade necessária
Para aceitar as coisas que não podemos modificar,
Coragem para modificar aquelas que podemos,
E sabedoria para distinguir umas das outras".